Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Rosana Tamyres Ferreira - Psicólogo CRP 06/139956
A demência é uma condição neurológica progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares.
Os primeiros indícios podem ser sutis e frequentemente confundidos com os efeitos naturais do envelhecimento. No entanto, reconhecer essas manifestações iniciais pode fazer uma grande diferença no manejo da doença.
Então, continue lendo este artigo para entender o que é a demência, quais são seus sinais iniciais e como prevenir essa condição.
O que é demência?
A demência é um termo geral usado para descrever uma série de condições que envolvem declínio cognitivo e comprometimento das habilidades intelectuais suficientes para interferir nas atividades diárias e no funcionamento independente de uma pessoa.
Não é uma doença específica, mas sim um grupo de sintomas associados a várias doenças e condições que afetam o cérebro.
Embora muitos acreditem se tratar apenas da perda de memória – e esse de fato seja um sintoma central da demência, esta condição envolve muito mais do que apenas lapsos de memória.
Quais são as causas e os fatores de risco da demência?
A demência é uma condição complexa que pode resultar de diversas causas e ser influenciada por múltiplos fatores de risco.
Por isso, destacamos as principais causas associadas ao desenvolvimento da demência:
Doenças neurodegenerativas
- Alzheimer: Principal causa dessa condição, caracterizada pelo acúmulo de placas beta-amiloides e emaranhados de proteínas tau no cérebro.
- Doença de Parkinson: Em estágios avançados, pode levar à demência devido à degeneração progressiva das células nervosas.
- Corpos de Lewy: Resulta do acúmulo de corpos de Lewy no cérebro, afetando a cognição e o movimento.
Problemas vasculares
A demência vascular pode ser causada por problemas no fluxo sanguíneo para o cérebro, então frequentemente após derrames que danificam os vasos sanguíneos cerebrais.
Traumatismo craniano
Lesões na cabeça que causam danos ao cérebro, especialmente múltiplas lesões ao longo do tempo, podem levar ao desenvolvimento do transtorno.
Doenças
O HIV é uma doença que pode levar à demência devido à infecção direta do cérebro.
Doenças metabólicas
Deficiências nutricionais, como a deficiência de vitamina B12, pode causar problemas neurológicos.
Exposição a toxinas
Substâncias tóxicas, como o abuso de álcool, drogas ou exposição a metais pesados, podem causar danos cerebrais, levando à demência.
Existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver demência ao longo da vida. Então, estes fatores podem ser modificáveis, como hábitos de vida, ou não modificáveis, como a genética e a idade.
Dessa forma, alguns fatores de risco podem ser:
- Idade: o risco de demência aumenta significativamente com a idade, especialmente após os 65 anos.
- Histórico familiar: ter um parente próximo com demência aumenta o risco, sugerindo um componente genético.
- Genética: certos genes, como o gene APOE-e4, estão associados a um risco aumentado de doença de Alzheimer.
- Doenças cardiovasculares: A hipertensão e a diabetes são doenças que podem danificar os vasos sanguíneos e aumentam o risco de desenvolver essa condição.
- Estilo de vida: o sedentarismo, tabagismo e ausência de uma dieta saudável são elementos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
- Nível educacional: baixo nível de educação está associado a um risco maior de demência, possivelmente devido a menos estímulo cognitivo ao longo da vida.
- Depressão: adepressão na meia-idade ou na velhice pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de demência.
Quais são os estágios da demência? E seus primeiros sinais?
A demência é uma condição progressiva que se desenvolve ao longo do tempo. Assim, seus estágios variam desde os sintomas iniciais leves até o comprometimento grave das funções cognitivas e físicas.
Abaixo listamos os estágios dessa condição e os sinais típicos de cada um:
1. Estágio inicial (leve)
No estágio inicial, os sintomas são geralmente sutis e podem ser facilmente confundidos com os efeitos normais do envelhecimento.
No entanto, reconhecer esses sinais precocemente pode ajudar a buscar um diagnóstico e intervenções adequadas, sendo eles:
- Perda de memória recente
- Dificuldade em encontrar palavras
- Desorientação
- Perda de iniciativa
- Dificuldade em realizar tarefas complexas
2. Estágio intermediário (moderado)
No estágio intermediário, os sintomas tornam-se mais evidentes e começam a interferir de forma significativa na vida diária.
Os pacientes podem necessitar de mais assistência e supervisão, pois os sintomas podem envolver:
- Dificuldade em realizar tarefas diárias
- Alterações de personalidade
- Não reconhecimento de pessoas próximas
- Esquecimento de datas importantes
3. Estágio avançado (grave)
No estágio avançado, essa condição afeta gravemente a capacidade de funcionar de maneira independente.
Dessa forma, a necessidade de cuidados constantes aumenta significativamente, com sintomas como:
- Perda severa de memória
- Dificuldade extrema de comunicação
- Dependência total com necessidades básicas
- Problemas de mobilidade e fisiológicos
- Mudanças comportamentais extremas
Quais são os principais tipos de demência?
Essa condição pode resultar de diferentes doenças que afetam o cérebro, sendo que os principais tipos de demência, cada um com suas características distintas são:
- Alzheimer
- Demência frontotemporal
- Parkinson
- Doença de Huntington
- Demência mista
Vale ressaltar que cada tipo apresenta características e sintomas específicos, o que requer abordagens de tratamento e cuidados individualizados de cada caso.
É possível prevenir a demência?
Embora não haja uma forma garantida de prevenir completamente a demência, algumas estratégias podem reduzir o risco ou retardar sua progressão.
Assim, adotar um estilo de vida saudável é essencial, bem como manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes e com a redução de gorduras saturadas e açúcares.
Além disso, exercícios físicos regulares e atividades mentais, como leitura e jogos de lógica, são importantes para manter a mente ativa.
Cuidados com a saúde, como manter a pressão arterial, os níveis de colesterol e a diabetes sob controle também ajudam a evitar danos vasculares no cérebro.
Por fim, manter-se socialmente ativo e mentalmente estimulado ajuda a preservar a função cognitiva, sendo que a junção dessas práticas pode contribuir significativamente para a redução do risco de demência.
Como diagnosticar e tratar a demência?”
O diagnóstico da demência envolve uma série de avaliações para identificar a presença e a causa dos sintomas cognitivos.
O processo começa com uma revisão detalhada da história médica pessoal e familiar, buscando identificar fatores de risco e sintomas associados.
Em seguida, um exame físico e neurológico é realizado para detectar sinais de problemas neurológicos e outras condições de saúde. Um bom exemplo são os testes cognitivos e neuropsicológicos para avaliar a memória, a capacidade de resolver problemas, habilidades linguísticas e outras funções cognitivas.
Além disso, exames laboratoriais, como testes de sangue e urina, são feitos para descartar deficiências nutricionais, problemas hormonais ou outras condições médicas que possam causar sintomas semelhantes aos da demência.
Imagens cerebrais, incluindo tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e tomografias por emissão de pósitrons, ajudam a identificar alterações no cérebro, como atrofia, tumores ou problemas vasculares.
Paralelamente, a avaliação psiquiátrica também é importante para descartar condições psiquiátricas, como depressão e ansiedade, que podem imitar ou coexistir com a demência.
Em termos de tratamento, existem alguns caminhos mais tradicionais, como:
- Uso de medicamentos: inibidores da acetilcolinesterase e antagonistas do receptor NMDA;
- Terapias: Terapia cognitiva, estímulo cognitivo e atividades recreativas;
- Mudanças no estilo de vida: adoção de uma dieta saudável e prática de exercícios físicos.
Portanto, identificar a demência precocemente e iniciar um plano de tratamento adequado pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.
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