Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Amanda Mendes Martins da Costa - Psicólogo CRP 06/155761
Homens também podem ter problemas com a aparência, autoestima e alimentação! Embora esses fatores sejam geralmente associados às mulheres, qualquer pessoa pode desenvolver hábitos alimentares pouco saudáveis.
O problema é que a população masculina tende a não buscar ajuda profissional quando precisam, empurrando o mal-estar emocional com a barriga. Então, os transtornos alimentares em homens, quando não tratados, podem facilmente se tornar graves.
O que são transtornos alimentares?
Transtornos alimentares (TA), ou distúrbios alimentares, são condições marcadas por padrões de comportamento alimentares atípicos, os quais colocam a saúde física em risco. Ou se come de menos, ou se come demais, ou hábitos nocivos são adotados para garantir a perda e a manutenção do peso.
Essas condições estão ligadas à autoestima, autoimagem e autoconfiança. A preocupação exagerada para ter o corpo perfeito, combinada com a falta de autoestima e confiança em si mesmo, abre caminho para o desenvolvimento de hábitos alimentares nocivos à saúde. Por isso, algumas profissões são mais suscetíveis a esses distúrbios, como modelos, atletas, atores e personalidades das redes sociais.
Os TAs também podem ser uma resposta a uma sensação angustiante de falta de controle. Uma pessoa que sente que a sua vida está caótica pode voltar toda a sua atenção para os seus hábitos alimentares, pois são a única coisa que consegue controlar no momento.
Quais os tipos de transtornos alimentares?
Quem tem algum transtorno alimentar normalmente possui dificuldade para compreender a severidade de seus hábitos alimentares. Ainda que pessoas queridas tentem alertá-los ou que sofram graves complicações de saúde, esses indivíduos não conseguem perceber a gravidade da sua situação. Por isso, ajudar alguém com algum tipo de TA requer paciência e empatia.
Os transtornos alimentares mais comuns em homens são:
Anorexia
A anorexia nervosa é caracterizada por uma expressiva perda de peso em razão de restrições alimentares rígidas. Para não ganhar peso, o indivíduo simplesmente deixa de se alimentar ou se alimenta em pequeninas quantidades, contando calorias de forma minuciosa.
Ele também pode praticar atividades físicas compulsivamente, especialmente após refeições, para manter o peso baixo. Este cenário é mais comum para os homens, que costumam se preocupar mais com ter músculos do que com a magreza.
Bulimia
Assim como a anorexia, a bulimia também é marcada pela perda rápida e expressiva de peso. Para alcançar esse objetivo, o indivíduo regurgita as refeições ou alimentos ingeridos logo após comê-los ou algum tempo depois. O uso excessivo de laxantes e a prática exagerada de exercícios físicos são sintomas comuns da bulimia. Para os indivíduos bulímicos, essas atitudes são vistas como “compensações” por terem comido.
Compulsão alimentar
A compulsão alimentar, como o nome indica, consiste na ingestão exagerada de alimentos. Essa vontade irresistível pode ser desencadeada por acontecimentos estressantes, como um dia ruim no trabalho ou problemas no relacionamento, ou pela ansiedade.
O indivíduo come para tentar minimizar o seu mal-estar emocional. Com o tempo, a alimentação compulsória se transforma em hábito e o indivíduo apenas consegue se sentir bem após ingerir grandes quantidades de alimento.
Transtornos alimentares em homens
Embora o diagnóstico dos distúrbios alimentares seja mais comum entre as mulheres, homens, tanto jovens quanto adultos, também podem desenvolver alguma dessas condições.
De acordo com a plataforma Eating Disorders Hope, cerca de 25% dos homens sofrem com transtornos alimentares e 33% já adotaram hábitos pouco saudáveis para perder peso, como pular refeições ou fazer exercícios exaustivamente. Diferentemente das mulheres, essas condições tendem a aparecer mais tarde nos homens, entre os 20 a 29 anos.
Causas dos transtornos alimentares em homens
A preocupação com a aparência é uma das principais causas de condições associadas à alimentação. A vontade de perder peso e corresponder ao padrão de beleza considerado o ideal leva o indivíduo a tomar decisões prejudicais para a sua própria saúde.
À medida que adquire os resultados desejados (perder peso de forma rápida e fácil), tem dificuldade para abandonar os hábitos alimentares nocivos. Dessa forma, a tendência é que o indivíduo procure mais “soluções” para perder peso, mesmo após atingir a sua meta. Quando a obsessão se desenvolve, ele perde a noção da realidade e do perigo.
Histórico de bullying na escola, abuso sexual, físico ou emocional, negligência parental e outras experiências traumáticas na infância ou adolescência aumentam o risco de desenvolvimento desses transtornos.
Homens não costumam falar sobre vivências traumáticas ou situações de violência por medo do julgamento, vergonha ou necessidade de corresponder a estereótipos “másculos”. Na tentativa de lidar com a situação desagradável sozinho, são adotados mecanismos de defesa inadequados, como, por exemplo, comer demais.
Devido ao ambiente em que estão inseridos, atletas possuem mais probabilidade de ter problemas com a alimentação e autoimagem. Para melhorar a performance nas atividades esportivas, atletas são aconselhados a perder ou ganhar peso com maior frequência.
Além disso, precisam conviver com uma carga elevada de estresse, o que afeta a sua capacidade de tomar decisões. Para se livrar da pressão e cobrança de terceiros, por exemplo, um atleta pode acatar a ideia de perder ou ganhar muito peso sem pensar no que isso pode causar à sua saúde mental.
Estigmatização de transtornos alimentares em homens
Justamente por não ser muito falado entre a população masculina, os homens têm vergonha de admitir que têm problemas com a alimentação. Preconceitos e ideias pré-concebidas acerca do que é masculinidade levam ao estigma em torno dessas condições.
Homens, principalmente na adolescência, uma fase em que os indivíduos estão mais sensíveis ao julgamento alheio, podem ser chamados de ou acreditar que são “gays”, “afeminados” ou “frescos” por ter uma “doença de mulher”.
Há muitos estereótipos prejudiciais associados aos distúrbios alimentares, mesmo que hoje haja mais informação disponível sobre eles. Até as mulheres diagnosticadas sofrem com comentários maldosos, os quais afirmam que essas condições são “doenças de pessoas fúteis”.
Além disso, a ausência de informação e discussões sobre essas condições faz com que os homens não tenham noção dos sintomas, causas e possibilidades de tratamento.
A realização de um diagnóstico é muito importante, uma vez que, sem ele, não é possível iniciar um tratamento. Sendo assim, os sintomas dos transtornos alimentares pioram e, em casos graves, podem levar à morte.
Apesar de homens e mulheres às vezes possuírem mais suscetibilidade para desenvolver certas doenças, seja por questões fisiológicas ou culturais, as condições de saúde mental não possuem gênero. É preciso vencer esses preconceitos para buscar ajudar profissional e recobrar a saúde mental.
Os homens também não costumam procurar a terapia até que seja estritamente necessário. Em outras palavras, até que não aguentem mais conviver com os sintomas de determinada condição. Essa relutância também se dá, em partes, a crenças que ditam que os homens devem ser emocionalmente fortes. Assim, qualquer coisa que possa indicar fraqueza é repudiada.
Quando procurar ajuda para transtornos alimentares?
Para qualquer condição de saúde mental, o cenário ideal quase sempre é o diagnóstico precoce. Ou seja, aquele feito assim que os primeiros sintomas da condição são percebidos. Como os sintomas ainda não estão tão acentuados, os pacientes têm maior facilidade para gerenciá-los, garantindo um tratamento mais tranquilo.
Então, se você notou um aumento desproporcional de preocupação com a sua aparência ou peso e alterações atípicas nos seus hábitos alimentares, consulte um psicólogo.
Não ignore recomendações e conselhos de familiares, amigos, colegas de trabalho e cônjuges. Quando muitas pessoas expressam preocupação com algum aspecto da nossa vida, vale a pena deixar o orgulho de lado e escutá-las. Elas podem estar enxergando algo que nós, que estamos emocionalmente envolvidos com a situação, não conseguimos ver.
Tratamento para transtornos alimentares
O tratamento para os distúrbios alimentares é feito na terapia e, quando necessário, com o médico psiquiatra e outros especialistas.
A perda ou o ganho excessivo de peso pode impactar negativamente o funcionamento do organismo, então o acompanhamento com o nutricionista, clínico geral e outros profissionais pode ser necessário.
É importante que o psicólogo tenha sensibilidade às questões ligadas aos transtornos alimentares em homens. Se o paciente sentir falta desse fator durante a terapia, é recomendado buscar outro profissional para dar continuidade ao atendimento psicoterapêutico. É preciso haver empatia e conexão entre o paciente e o psicólogo para que a terapia traga bons resultados.
A terapia para transtornos alimentares ajuda os pacientes a desenvolver hábitos alimentares saudáveis ao desconstruir crenças nocivas sobre autoestima, autoimagem e padrões de beleza. O paciente é encorajado a confrontar as suas ideias para que consiga encarar a realidade da sua condição e perceber os perigos que ela traz à sua saúde.
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Autor: psicologa Amanda Mendes Martins da Costa - CRP 06/155761Formação: A psicóloga Amanda Mendes atua em seus atendimentos com base na TCC - Terapia Cognitivo Comportamental e na Psicanálise, com flexibilidade na utilização de métodos cognitivos comportamentais, atendendo adultos e terapia de casal em questões de ansiedade, relacionamentos, questões profissionais...