Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Katia Cristina Brito - Psicólogo CRP 06/112126
A depressão não provoca apenas desconforto emocional e psicológico, embora essa condição seja mais conhecida por deixar as pessoas tristes, abatidas e sem vontade.
Os sintomas depressivos também afetam o corpo, causando desagradáveis alterações no seu funcionamento. O desconforto físico dificulta o processo de cura da depressão e, a longo prazo, pode trazer consequências graves para a saúde.
O que é depressão?
A depressão é considerada um transtorno de humor, dado que influencia significativamente as emoções, pensamentos e o modo de sentir das pessoas.
Coisas pequenas, como mal-entendidos e situações corriqueiras, passam a ser extraordinárias, levando o depressivo a nutrir pensamentos paranoicos e autodepreciativos acerca de situações e pessoas.
Além disso, os sintomas da depressão se instalam de modo sorrateiro, sem que as pessoas tenham percepção da degradação do seu humor. Por isso, muitos somente procuram um psicólogo ou um médico quando a condição já se encontra em estado moderado ou grave.
Pessoas de todas as idades podem ter depressão, até mesmo os mais jovens e idosos. Na terceira idade, uma das principais causas da depressão é a solidão e a insatisfação com o envelhecimento.
Nas crianças e adolescentes, a tristeza constante, o principal sintoma depressivo, costuma se manifestar como humor irritável. Assim como o humor triste, não existe uma razão específica para a irritação. A criança e o adolescente ficam irritados durante a maior parte do dia sem saber o porquê.
O que a depressão pode causar no corpo?
Os sintomas da depressão são muitos e nem todos estão presentes com a mesma intensidade em todo quadro depressivo. Algumas pessoas são mais sensíveis aos sintomas psicológicos enquanto outras sentem mais desconforto físico. A tristeza, apatia e fadiga inexplicável, no entanto, são sintomas depressivos comuns a todos os casos.
Como o corpo e a mente estão interligados, condições de saúde mental e física influenciam ambos em níveis diferentes. Por isso, é importante ficar atento a qualquer alteração no funcionamento do organismo ou do bem-estar emocional. Alterações, ainda que sutis, tornam o dia a dia mais cansativo e desagradável, como se nada conseguisse afastar a sensação de mal-estar.
A depressão afeta o corpo da seguinte da maneira:
Problemas no sistema digestivo
O depressivo pode ter vários desconfortos gastrointestinais, como dor de estômago, náusea, cólicas, constipação, diarreia, azia, entre outros. A influência da ansiedade e do estresse, praticamente constantes durante os episódios depressivos, também causam muito desconforto emocional.
Por isso, é importante manter uma dieta saudável durante a depressão. Os nutrientes provenientes de alimentos saudáveis (frutas, verduras, grãos, etc) ajudam a garantir que os neurotransmissores do organismo, como a serotonina e a dopamina, funcionem corretamente.
Contração dos vasos sanguíneos
Os hormônios do estresse (cortisol e adrenalina), produzidos em excesso quando se tem depressão, aceleram a frequência cardíaca e, ainda, deixam os vasos sanguíneos contraídos.
Isso acontece porque, quando sob estresse, o corpo pensa que precisa entrar em estado de alerta para responder à uma iminente ameaça. Por conseguinte, os vasos sanguíneos contraídos aumentam a pressão sanguínea.
Com o passar do tempo, esses sintomas podem causar uma série de doenças e complicações cardíacas, como hipertensão arterial, arritmia e aumento do risco de infarto. Pessoas de mais idade, sobretudo, têm uma probabilidade maior de sofrer dessas patologias.
Enfraquecimento do sistema imunológico
A depressão enfraquece a capacidade do sistema imunológico de combater doenças por interferir na liberação de certos hormônios e alterar certos componentes bioquímicos. Sendo assim, as pessoas depressivas contraem gripe e resfriados com mais frequência.
O enfraquecimento das defesas do corpo também aumenta a vulnerabilidade às infecções, deixa o corpo mais sensível à dor, causa uma sensação constante de sonolência e fraqueza, entre outros efeitos que, a longo prazo, representam um grande risco à saúde.
Desequilíbrio do sono
O desequilíbrio do sono durante a depressão é uma questão complexa.
A depressão causa insônia que, consequentemente, faz com que as pessoas tenham sonolência e falta de energia durante o dia. Porém, quando chega à noite, elas não conseguem dormir apesar do cansaço acumulado devido à falta de sono. Outras formas comuns de desequilíbrio do sono são acordar muitas vezes durante à noite ou antes do horário habitual e não se sentir descansado após a noite de sono.
Por conta dos padrões irregulares do sono, as pessoas depressivas precisam tomar certas atitudes para conseguirem adormecer e conseguirem descansar durante à noite, como começar a tomar chás relaxantes antes de dormir, evitar o consumo de álcool, preparar o ambiente do quarto para favorecer o sono, entre outros.
Alterações nas funções cognitivas
Além de influenciar de modo negativo a produção de neurotransmissores, responsáveis pela comunicação entre os neurônios, a depressão interfere nas conexões das células nervosas e no funcionamento de circuitos em áreas cerebrais específicas.
Dessa maneira, ocorrem alterações em importantes funções cognitivas, como memória, linguagem, concentração, raciocínio e funções executivas, como reter informação e resumir o conteúdo consumido. É por isso que pessoas depressivas aparentam ser mais atrapalhadas para falar e lentas para raciocinar.
Ganho ou perda excessiva de peso
A depressão desempenha um importante papel no apetite. Algumas pessoas comem de menos, perdendo peso de modo significativo, enquanto outras comem exageradamente, ganhando muito peso em um curto período.
A má qualidade da dieta acaba corroborando para o agravamento dos sintomas e surgimento de patologias. A longo prazo, comer compulsivamente pode levar à obesidade e ao desenvolvimento de doenças relacionadas, como diabetes tipo II.
Qual é a causa da depressão?
A depressão é o resultado de um conjunto de fatores, tais como:
- Experiências de vida: demissão, divórcio, eventos traumáticos, desilusões amorosas, brigas na família, diagnóstico de uma doença e outras experiências negativas de vida podem colaborar para o desenvolvimento da depressão. Ao passar por uma situação ruim, as pessoas tendem a ficar tristes e desamparadas. Se não possuem a percepção da deterioração do seu humor, podem chegar a um estágio depressivo.
- Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de depressão tem mais possibilidade de desenvolver essa condição em algum momento da vida.
- Desequilíbrio da química cerebral: a baixa produção de serotonina pode alterar a química do cérebro e, com o tempo, causar depressão. Os antidepressivos atuam justamente na correção desse desequilíbrio, ajudando a melhorar o humor dos indivíduos depressivos.
- Conflitos internos: medo do julgamento, baixa autoestima, perfeccionismo, complexo de inferioridade, dúvidas acerca do próprio potencial e outros conflitos internos também podem ajudar a desencadear a depressão. A pessoa que não consegue solucionar os seus conflitos internos passa grande parte do tempo se cobrando, punindo ou desmerecendo. Deste modo, o seu humor e pensamentos têm conotação extremamente negativa. Esse estado emocional ruim favorece o desenvolvimento da depressão e outras condições de saúde mental.
Quando procurar ajuda para a depressão?
Se você tem sofrido com constante desconforto emocional ou físico, já pode consultar um psicólogo. Normalmente, as pessoas deixam para procurar um profissional quando os sintomas da depressão já se encontram avançados, por isso, o tratamento tende a ser mais longo.
A diferença entre um desconforto emocional ou físico regular e aqueles que são oriundos da depressão é simples: os primeiros desaparecem quando a origem do problema é selecionada. Por exemplo, uma dor de cabeça é curada após a ingestão de um remédio e a ansiedade some quando a situação temida passa.
Os sintomas depressivos permanecem com as pessoas todos os dias e as incomodam durante grande parte do dia. Pode haver pequenos momentos de alívio, mas eles logo são esquecidos em razão da retomada do mal-estar depressivo. Se você já fez mudanças no seu estilo para tentar se sentir melhor e nada deu certo, procure consultar um médico ou psicólogo.
Como tratar a depressão?
O tratamento mais eficaz para a depressão é a psicoterapia. Os remédios psiquiátricos também ajudam a curar essa condição, mas atuam mais na redução dos sintomas depressivos do que na causa da doença em si.
Por exemplo, se uma pessoa depressiva tem sérios problemas de autoestima, é importante que ela consulte um psicólogo para investigá-los e construir uma autoimagem positiva. Enquanto os medicamentos ajudam a manter o seu humor elevado, a terapia trabalha a raiz da sua insatisfação e tristeza, fazendo uma mudança mais permanente em sua vida.
A terapia também auxilia pacientes depressivos a substituírem padrões negativos de comportamento e pensamento por alternativas saudáveis. Assim, aos poucos, eles começam a ter uma visão menos desanimadora da realidade e trabalhar para mudar os aspectos que desgostam em suas personalidades e estilo de vida. Em outras palavras, são capacitados a compreender e gerir a si mesmos.
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Autor: psicologa Katia Cristina Brito - CRP 06/112126Formação: A psicóloga Katia é graduada há 15 anos, é especialista na abordagem psicanalítica e conta com diversos cursos de extensão para a contribuição do desenvolvimento humano. Utiliza-se da psicologia como ciência – com enfoque psicanalítico – e mecanismo facilitador para alcançar objetivos e metas...
Olá! Tenho lido as postagens e gostado muito…as explicações objetivas e em linguagem simples acabam com muitas dúvidas e ajudam a melhorar o auto conhecimento…obg por seu trabalho! Parabéns, Thaiana!!!
Olá Celia, fico feliz que o conteúdo tenha te ajudado. Obrigada pelo seu comentário, abraços