Por que a resiliência importa e como agem as pessoas resilientes?

A resiliência é o que nos ajuda a passar por momentos difíceis sem sucumbir ao sofrimento. Às vezes, encontramos dificuldades que parecem enormes barreiras nas nossas vidas.

Por mais façamos diversas tentativas para cruzá-las, não conseguimos chegar ao outro lado. Neste momento em que tudo parece estar perdido, uma postura resiliente pode fazer a diferença.

O que é resiliência?

Resiliência é a capacidade de se adaptar aos períodos de adversidade. A pessoa resiliente encara o estresse proveniente dos problemas com menor sofrimento emocional e psicológico, por isso, consegue encontrar maneiras de se adaptar ao meio.

Isso não quer dizer que ela não sofra. A pessoa resiliente sofre, sim, com os problemas, obstáculos, fracassos e estresse. Entretanto, ela consegue superá-los sem sucumbir ao pessimismo, medo ou raiva.

A definição da palavra resiliência, segundo o dicionário, é a capacidade de se recobrar facilmente. Em outras palavras, voltar ao estado original após passar por um período de estresse.

As adversidades, para quem tem resiliência, são apenas fases da vida. Inevitavelmente, elas chegarão ao fim. Essa é a realidade para todas as pessoas, sem exceção. O sofrimento é uma fase, ainda que longa. Algumas pessoas, no entanto, não conseguem se distanciar emocionalmente do momento ruim e acreditam não haver solução para as suas angústias.

Como agem as pessoas resilientes?

As pessoas resilientes possuem uma série de comportamentos que despertam admiração e curiosidade de quem ainda não possui essa competência emocional desenvolvida. Algumas das condutas de quem possui resiliência são:

1.     Procuram por oportunidades

Pessoas resilientes buscam novos caminhos quando se deparam com situações estressantes. O estresse está por toda a parte, então ele é de fácil identificação. Já as oportunidades para acabar com ele não são.

Para conseguir encontrá-las, é preciso fazer um esforço para se desapegar da negatividade e descansar do cansaço mental provocado pelo estresse. Pessoas resilientes conseguem mudar o foco das suas preocupações para encontrar possíveis soluções. Dessa maneira, não prolongam o sofrimento emocional desnecessariamente.

2.     Aprendem com os erros

Aprender com os erros também é característica de quem tem resiliência. As nossas experiências do passado são ótimas professoras, por isso, é ideal tirar um momento para refletir sobre elas.

A intenção desse exercício não é se punir por ter cometido um erro ou outro, mas, sim, encontrar coisas que você pode melhorar para não cometer o mesmo erro no futuro. Aprender com erros traz sabedoria para encarar futuras experiências, elevando as possibilidades de aproveitamento e reduzindo os encontros com erros.

3.     Cuidam de si mesmas

Pessoas resilientes conhecem a importância do autocuidado. A resiliência costuma ser o resultado de atitudes que visam o cuidado com o bem-estar emocional e a saúde mental e física. Ainda que de forma inconsciente, essas pessoas praticam o autocuidado porque se colocam em primeiro lugar em suas vidas.

A resiliência também pode ser uma característica natural do indivíduo. Algumas pessoas possuem uma sensibilidade menor ao estresse em razão de fatores genéticos e ambientais, por isso, conseguem administrá-lo com maior facilidade.

4.     Não insistem no que está dando errado

Insistir no que não está funcionando é uma atitude comum, embora seja contraprodutiva. Isso acontece por inúmeras razões: medo de mudanças, medo de decepcionar alguém, falta de confiança em si mesmo, comodismo, entre outros.

As pessoas resilientes conseguem se desprender de seus comportamentos, vícios e estados emocionais confortáveis para tentar fazer diferente. Mesmo que haja a chance de não obter o resultado desejado, elas não deixam de tomar uma atitude que acreditam que vai ajudá-las.

5.     São perseverantes

Pessoas resilientes não se deixam abater pelos fracassos. Elas se comprometem a tentar quantas vezes for necessário para alcançar os seus objetivos. Elas modificam a fórmula de vez em quando para obter resultados melhores e fazer experimentos, bem como descansam no meio do caminho para recarregar as baterias. Ou seja, as suas trajetórias não são totalmente lineares ou livres de impasses.

Por que a resiliência importa?

Apesar da previsibilidade característica da rotina, é impossível prever o que vai acontecer no nosso dia a dia. De repente, um problema surge no trabalho, em casa, no relacionamento ou conosco.

Você pode brigar com uma pessoa querida, receber o diagnóstico de uma doença grave, sofrer um acidente de trabalho, receber uma notícia muito ruim, descobrir uma traição, entre muitas outras situações desagradáveis. 

Essas perturbações inesperadas roubam o sono e provocam estabilidade emocional. Se não temos uma boa conexão com as nossas emoções, o estresse, irritabilidade, medo e tristeza podem nos dominar. Assim, fica mais difícil perceber que existe uma solução para todo problema, ainda que dolorosa ou vagarosa.

Quando se tem flexibilidade, adaptar-se às situações se torna um processo menos penoso. Desta maneira, a pessoa resiliente consegue focar as suas energias em outras coisas, como bem-estar, criatividade, proatividade, intuição e tomada de decisão.

A resiliência é uma competência emocional muito importante para prevenir o esgotamento mental e o prolongamento do sofrimento emocional nesses períodos ruins, além de ser essencial para ajudar as pessoas a solucionar os seus problemas.

Ela não é apenas útil para proteger o estado emocional durante ou após situações estressantes. A resiliência também auxilia em momentos de sofrimento psicológico e crises oriundos da ansiedade, conflitos existenciais, depressão, bipolaridade e outras condições de saúde mental.

Como ter resiliência?

Como se tornar uma pessoa mais resiliente? Cada pessoa tem a sua própria maneira de reagir às situações da vida, sejam boas ou ruins. Quem tem dificuldade de gerenciar as emoções perante um acontecimento ruim, pode adotar certas estratégias emocionais para conseguir desenvolver a sua resiliência e melhorar a resposta ao estresse.

1.     Trabalhe a sua flexibilidade

Primeiramente, procure ser uma pessoa mais flexível. Desapegue-se de comportamentos, preferências e crenças muito rígidas. Você não precisa fazer isso para sempre, somente nos momentos de estresse. Dessa forma, você vai conseguir expandir a sua visão da situação para encontrar soluções em vez de focar apenas no que não está conforme o que você quer.

2.     Esteja aberto ao aprendizado

Como dito, pessoas resilientes aprendem com os seus erros e trabalham para mudar o seu comportamento, reduzindo a probabilidade de cometer novos deslizes. Então, esteja aberto ao aprendizado, afastando o orgulho e a vaidade que impedem que as pessoas olhem para as suas atitudes com humildade.

Essa postura vai te ajudar a amadurecer e expandir o seu leque de técnicas emocionais para lidar com o sofrimento. Afinal, você já vai saber o que funciona ou não quando encontrar uma situação nova.

3.     Combata o estresse

É importante dedicar tempo para cuidar da sua saúde mental. Para isso, você deve aproveitar ao máximo os seus momentos de folga nos finais de semana, feriados e férias, além de usar o seu tempo livre com sabedoria.

Em vez de somente ficar assistindo séries ou grudado no celular, procure fazer uma atividade relaxante, como meditação, ou divertida, como esportes individuais ou coletivos. Esses momentos de folga são fundamentais para recobrar o bem-estar emocional após uma semana cansativa ou um acontecimento que te desestruturou emocionalmente.

Evite se forçar além do necessário. Isto é, trabalhar excessivamente ou empurrar uma situação chata com a barriga porque teme as repercussões caso pare de fazer isso. Essa postura somente vai aumentar o estresse a longo prazo.

4.     Pratique a positividade

A positividade não é uma característica inerente do ser humano. Algumas pessoas são naturalmente mais pessimistas do que outras. Logo, a positividade é uma prática. Para se tornar uma pessoa mais positiva, combata pensamentos negativos, consuma conteúdos que te tragam alegria, tenha amizade com pessoas espirituosas, pratique exercícios físicos regularmente e faça terapia.

5.     Aceite a mudança

Aceite que a mudança faz parte da vida.

Ela pode ocorrer de modo planejado, como uma mudança de cidade ou de trabalho, ou ser a consequência de um acontecimento inesperado. Por exemplo, você pode ser surpreendido com um pedido de término de relacionamento ou com alguém querido sofrendo um acidente. A partir dessas situações, mudanças precisarão ser feitas no seu modo de viver a vida.

E está tudo bem! As mudanças, independentemente se boas ou ruins, nos ajudam a evoluir. A estagnação acaba com a felicidade e a insatisfação com a vida.

É mais fácil, por exemplo, desenvolver depressão quando você fica em um trabalho que não gosta por muito tempo. A descarga de cortisol no organismo, provocada pela vivência constante de sentimentos ruins, ajuda a doença a se instalar. Sendo assim, procure ver a mudança sob outra perspectiva, focando nos aspectos positivos em vez dos negativos.

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