Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Katia Cristina Brito - Psicólogo CRP 06/112126
A neuropsicologia é um dos muitos campos da psicologia que reúne outras áreas do conhecimento. Então, é a união da psicologia e da neurologia.
Os benefícios trazidos por esta área são inúmeros, por isso, neste post, explicaremos como o neuropsicólogo trabalha e quais perfis de pacientes podem procurar esse profissional.
O que é neuropsicologia?
A neuropsicologia é um campo da psicologia que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento. Por isso, tenta compreender como o cérebro influencia funções cognitivas, como memória, concentração, raciocínio e controle emocional. Da mesma forma, essa área do conhecimento visa entender como alterações cerebrais causam alterações no comportamento.
Um dos casos de estudo mais famosos da neuropsicologia é o do norte-americano Phineas P. Gage, que trabalhava na construção de ferrovias. Então, aos 25 anos, sofreu um acidente de trabalho em que uma barra de ferro atravessou a região frontal do seu crânio, cegando-o no olho esquerdo.
Após a sua recuperação, o comportamento de Phineas sofreu alterações significativas. Então, de um profissional dedicado e competente, se tornou displicente e agressivo. Estudos demonstraram que as lesões cerebrais provocadas pelo acidente modificaram por completo o seu comportamento. Por isso, a região afetada pela barra de ferro, o lobo frontal, é uma das áreas do cérebro responsáveis pelo regulamento da impulsividade.
Então, este famoso caso deixou claro para profissionais e estudiosos que alterações no funcionamento do cérebro resultam em alterações comportamentais.
Sendo assim, a neuropsicologia procura não apenas compreender as relações entre o cérebro e as funções cognitivas, como também busca apontar tratamentos eficientes para minimizar impactos negativos no comportamento.
Para quem a neuropsicologia é recomendada?
A neuropsicologia é recomendada para pacientes que passaram por um trauma que causou lesões no cérebro e que possuem uma condição do neurodesenvolvimento, como é o caso do Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os transtornos de aprendizagem, como a dislexia.
Então, pacientes diagnosticados com doença de Alzheimer, doença de Parkinson, epilepsia, câncer no cérebro e que sofreram um derrame também podem se beneficiar das consultas com o neuropsicólogo.
Então, como a neuropsicologia estuda, ainda, questões associadas à sexualidade, emoções e agressividade, também é possível procurar essa área da psicologia caso haja necessidade ou vontade de abordá-las.
Pessoas com depressão também podem se beneficiar da neuropsicologia, uma vez que essa condição altera a funcionalidade da memória, atenção, concentração, entre outros. Uma das causas da depressão é o desequilíbrio da química do cérebro que resulta na produção inadequada de serotonina e noradrenalina. Então, também é uma doença estudada pela neuropsicologia.
Qual é a função do neuropsicólogo?
São diversas as funções do neuropsicólogo. Além do diagnóstico, este profissional visa:
- Avaliar o funcionamento cognitivo de um paciente;
- Propor tratamento com outros profissionais especializados, como o psiquiatra, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, entre outros;
- Definir estratégias para ajudar o paciente a lidar com as atividades do dia a dia, como atividades profissionais, planejamento financeiro, gestão de tempo, vida acadêmica, entre outras;
- Ajudar familiares e cônjuges a compreender a condição do paciente e a melhor maneira de ajudá-lo;
- Monitorar a recuperação cognitiva de um paciente;
- Acompanhar o avanço de uma desordem neurológica; e
- Determinar se o paciente está em condições de viver sozinho, sem auxílio de terceiros.
Por isso, o neuropsicólogo examina o paciente por meio de uma série de consultas para montar um perfil de desempenho cognitivo.
Nas consultas, são pontuadas suspeitas de alterações cognitivas que podem ter conexão com condições neurológicas. Normalmente, são necessárias entre 4 e 6 sessões para realizar uma avaliação psicológica, mas esse número pode aumentar ou diminuir conforme a necessidade.
Conversar com membros da família, como pais, irmãos e cônjuges, é igualmente necessário para compreender questões que o paciente não se lembra, como eventos da infância, ou tem dificuldade para explanar. Dessa forma, o profissional consegue ter um panorama completo da condição do paciente.
Como é uma consulta com um neuropsicólogo?
A primeira sessão é dedicada para conhecer o perfil e os problemas trazidos pelo paciente, bem como pela determinação de objetivos. A partir dessa breve avaliação, o profissional pode definir quantas sessões serão necessárias para avaliar o caso do paciente.
As consultas com o neuropsicólogo normalmente têm duração de 60 minutos. Então, durante esse período, são realizados uma série de questionamentos acerca da vida do paciente, como hábitos, relacionamentos, humor, sociabilidade, histórico familiar de doenças, experiências de vida, controle emocional, trabalho, escola, autoestima, entre outros.
As funções cognitivas do paciente também passam por avaliações. Então, através de testes específicos, o neuropsicólogo procura examinar as habilidades motoras, memória, habilidades viso-espaciais, processos de aprendizagem, capacidade de resolução de problemas, domínio da linguagem, atenção, entre outros.
As consultas podem ser feitas de maneira presencial, no consultório do profissional, ou online. Então, para quem não tem acesso fácil a um neuropsicólogo em razão do local onde mora, o atendimento à distância é uma ótima opção.
Ao fim da bateria de consultas, o profissional elabora um laudo e discorre ao paciente os resultados encontrados. A partir de então, ele pode recomendar o tipo de tratamento mais adequado de acordo com o quadro do paciente.
O que é um teste neuropsicológico?
Um teste neuropsicológico, ou uma avaliação neuropsicológica, é aplicado pelo neuropsicólogo no decorrer das consultas. Por isso, tanto crianças e jovens quanto adultos e idosos podem fazer esse tipo de avaliação.
Quem tem mais idade pode acreditar que não precisa desse tipo de análise, mas é interessante realizá-la, principalmente após o diagnóstico de TDAH ou um trauma na cabeça, ou para a realização de diagnóstico precoce.
Para os idosos, esse tipo de teste também se mostra vantajoso, por isso, a partir dos 60 anos, muitas funções começam a se deteriorar e, ao estar ciente das suas capacidades nesta faixa etária, o idoso consegue tomar melhores decisões para si mesmo. Então, detectar alterações precocemente é outra vantagem.
Então, para as crianças, a avaliação neuropsicológica é interessante quando problemas no processo de aprendizagem, dificuldades motoras e desafios na linguagem e escrita são percebidos pelos pais.
Entender a fundo o comportamento da criança e as suas limitações é essencial para os pais encontrarem a melhor maneira de ajudá-la a ter um bom desempenho no dia a dia. Além disso, receber um diagnóstico precoce na infância ajuda a minimizar experiências negativas em razão das suas dificuldades individuais e tratar sintomas com mais facilidade, uma vez que as crianças tendem a ter uma postura mais maleável.
Quem pode ser um neuropsicólogo?
O neuropsicólogo é o profissional de psicologia com especialização em neuropsicologia. Então, a especialização na área tem duração de dois anos. Também é possível solicitar habilitação em neuropsicologia após cinco anos de experiência profissional comprovada nesta aérea.
Profissionais da neuropsicologia podem atuar em clínicas, consultórios, instituições de ensino e, ainda, na área forense, diagnosticando indivíduos envolvidos em processos do judiciário. Então, eles podem ter como foco tanto a avaliação dos pacientes quanto a sua reabilitação.
Qual a diferença entre psicólogo e neuropsicólogo?
O foco do psicólogo é ajudar o paciente a lidar com os seus problemas através do autoconhecimento, reflexão, desenvolvimento da inteligência emocional, modificação de comportamentos nocivos, desenvolvimento da autoconsciência, entre outros.
As consultas são voltadas para discutir questões problemáticas do passado ou do presente, assim como reduzir o impacto de sintomas de condições de saúde mental, como ansiedade e depressão. Pacientes podem fazer psicoterapia por vários meses ou até anos para tratar incômodos emocionais.
Já o neuropsicólogo, embora também fale de assuntos do dia a dia e problemas internalizados pelos pacientes, tem como foco principal as funções cerebrais. É um profissional cujo trabalho é pontual. Após receber o resultado da avaliação, o paciente é encaminhado para a reabilitação.
Quando procurar um neuropsicólogo?
O neuropsicólogo pode ser procurado em caso de reclamações ou preocupações acerca das funções cerebrais.
Por isso, alterações podem ser percebidas em vários comportamentos, como desempenho insatisfatório na escola ou universidade, desafios na convivência no ambiente de trabalho, deterioração de certas funções por conta do envelhecimento, entre outros.
Nesses casos, é possível buscar o neuropsicólogo para entender a melhor maneira de lidar com esses fatores, diminuindo, assim, o seu impacto no bem-estar emocional e qualidade de vida.
Se você já possui o diagnóstico de TDAH, por exemplo, e percebe que o seu tratamento atual não está rendendo os resultados desejados, pode agendar uma avaliação neuropsicológica para entender as particularidades da sua condição.
É normal levar tempo para encontrar a melhora rotina ou o profissional mais adequado para cuidar da sua situação. Com conhecimento aprofundado em mãos, você conseguirá focar somente em hábitos, tratamentos e medicamentos que, de fato, funcionarão.
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Autor: psicologa Katia Cristina Brito - CRP 06/112126Formação: A psicóloga Katia é graduada há 15 anos, é especialista na abordagem psicanalítica e conta com diversos cursos de extensão para a contribuição do desenvolvimento humano. Utiliza-se da psicologia como ciência – com enfoque psicanalítico – e mecanismo facilitador para alcançar objetivos e metas...