O processo de luto pode gerar depressão?
Com a morte de um ente querido ou muito importante em nossas vidas, é normal que o luto, um processo sentimental que envolve a dor da perda, se instale no nosso dia a dia.
Cada pessoa lida com essa angústia de maneira individual e particular, manifestando seus sentimentos de formas bem distintas, que vão desde crises de choro até o silêncio total.
O luto, em algumas situações pode, inclusive, desencadear distúrbios psicológicos mais sérios, como a depressão, e precisar do auxílio de um psicólogo para o tratamento.
Dizem que a morte é o maior enigma da vida, afinal, não há nenhuma certeza sobre ela. Por isso, perder um filho, irmão, pai ou um amigo especial pode gerar diversos sentimentos, como a inconformidade com a situação, tristeza profunda, desespero e impotência.
Mas, se há um fato sobre a morte que não podemos negar, é: precisamos aprender a lidar com ela.
Choro, raiva, sentimento de solidão ou de incompreensão: todos fazem parte do quadro de luto. No entanto, não é possível generalizar os seus sintomas, já que cada ser humano lida de uma maneira diante dessa situação e o luto não é uma síndrome ou doença.
Pode-se dizer que o luto, na verdade, é um processo emocional pós-morte ou até pré-morte, durante o acontecimento de uma doença severa ou tratamento mais delicado.
Mais frequentemente relacionado à morte, o luto pode até ser resultado de outras situações de perdas e mudanças na vida, desde que intensas e significativas, como é o caso de uma separação, divórcio, mudança de país, perda de emprego.
Como identificar o luto?
Como dito acima, o luto pode se manifestar de diversas maneiras. Mas, há alguns sintomas mais comuns, entre eles:
- Crises ansiosas;
- Crise de estresse;
- Crise de choro;
- Excesso ou falta de apetite;
- Melancolia;
- Acessos de raiva;
- Insônia;
- Desânimo intenso para realizar as tarefas normais.
Há também estudos, feitos por psicólogos, que identificam as fases do luto. Cada uma dessas fases é sentida de uma maneira e precisa de cuidados específicos. São elas:
1 – Negação
Nesse estágio, a pessoa evita falar sobre o assunto, não quer lembrar-se do acontecido e não aceita o fato da perda. Isso acontece quando ela ainda não tem estrutura e força emocional para lidar com a situação.
2 – Raiva
Momentos de raiva, questionamentos, crises de choro. Essa é a fase em que a pessoa já entendeu o que aconteceu, mas ainda tem dificuldades em aceitar a situação com tranquilidade.
3 – Barganha
Nessa fase, a pessoa costuma querer uma última chance, um último adeus ou oportunidade antes de aceitar a perda. Geralmente, isso é feito através de negociações consigo mesmo, com Deus, familiares ou entidades religiosas.
4 – Depressão
A pessoa percebe que não há mais para onde fugir da situação e passa a encarar, de frente, a perda. No entanto, a dor é intensa e os momentos são de sofrimento.
5 – Aceitação
A dor da perda passa a não tomar mais todo o espaço da vida. Já há vontades e entusiasmo para novas atividades, consegue-se seguir em frente e superar a perda.
Depressão: o que fazer se o luto não passa?
Como Escolher seu Psicólogo
Nesse guia completo você vai conhecer tudo sobre psicólogos e psicoterapia. A escolha do psicólogo certo para você envolve diversos fatores. Descubra aqui.
O luto não é algo a ser curado, afinal, é um processo natural. No entanto, em algumas situações mais graves, pode ser que ele se transforme em depressão.
Psicólogos afirmam que, quando há desinteresse pela própria vida, desistências do projeto, abandono da saúde e cuidados pessoais por uma duração de mais de seis meses, é importante buscar ajuda profissional.
É importante entender que não é o luto em si que causa o transtorno psicológico da depressão.
O que pode acontecer, com pessoas mais vulneráveis, é que o impacto do luto pode ser um grande estressor psicossocial e desencadear a depressão. Portanto, o luto seria um “gatilho” para isso.
A psicoterapia pode ser contribuir muito para a melhora dos conflitos psíquicos gerados pelo luto. O psicólogo ajuda a pessoa a assumir sua dor, sua tristeza e também a entender que, a partir de agora, a vida sofrerá mudanças que precisam ser aceitas.
Com o tempo, tratamento e atenção especial, o luto e as angústias vão sendo compreendidas e trabalhadas, para que a pessoa que sofre possa voltar a ver um futuro para si.
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*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.
Autor: Thaiana F. Brotto
CRP 06/106524 – São Paulo
FORMAÇÃO
Graduação em Psicologia pela PUC-PR em 2008. Pós-graduação em Terapia Comportamental pela USP. E pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental pelo ITC