Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Rosana Tamyres Ferreira - Psicólogo CRP 06/139956
Ao longo da vida estamos suscetíveis a passar por períodos de extrema tristeza, como também de extrema alegria. Podemos planejar como gostaríamos de conduzir nossas vidas, como a graduação ideal, trabalho ideal e família ideal, mas eles também estão vulneráveis às consequências dos altos e baixos.
Embora seja saudável ter sonhos, psicólogos explicam que é preciso estar aberto a possibilidade de que eles não se concretizem da maneira esperada.
Por exemplo, você pode demorar mais que o estimado para encontrar o curso de graduação ideal para seus objetivos profissionais, ou precisar interrompê-lo por conta de acontecimentos súbitos, como adoecimento ou crise financeira, atrasando a sua conclusão.
É impossível prever o que a vida pode colocar na nossa frente, mas é possível se preparar para enfrentar as adversidades com a cabeça erguida. Como as famílias são formadas por vários indivíduos únicos, o gerenciamento de crise pode apresentar algumas dificuldades, como veremos neste post.
O que causa crises nas famílias?
Existem muitos tipos de crises familiares, as quais têm relação com fatores internos, como mudanças de objetivos de um dos cônjuges ou comportamentos demasiadamente rígidos dos pais, e fatores externos. Esses, por sua vez, são diversos e podem impactar profundamente a dinâmica familiar.
As crises nas famílias podem ser motivadas por:
- Demissão de um dos cônjuges;
- A chegada de um novo bebê ou membro, como tio, primo ou avô;
- Adoecimento súbito de alguém da família – sejam doenças da mente ou do corpo;
- Crises financeiras;
- Acidentes e suas consequências;
- Morte de um ou mais entes queridos;
- Mudança para outra casa, outro bairro ou outra cidade;
- Diferenças do modo de pensar e de personalidade;
- Crenças oriundas de gerações diferentes;
- Envelhecimento;
- Gravidez não planejada;
- Abuso de substâncias;
- Início de uma nova fase de vida, como um filho sair de casa para estudar ou trabalhar; e
- Infidelidade.
Enquanto muitos eventos são previsíveis, como o envelhecimento, ou planejados, como a chegada de um novo bebê, ainda podem causar sofrimento emocional para as famílias. Normalmente, eles mudam a rotina e estrutura das famílias de modo temporário ou permanente.
Consequências das crises familiares
Uma das principais consequências das crises humanas é o estresse. As pessoas ficam estressadas quando precisam lidar com problemas constantemente.
Elas tentam encontrar soluções, mas às vezes os impasses parecem grandes demais para serem solucionados. Dessa forma, procuram viver como se o problema não existisse, ignorando o impacto em sua saúde mental e física. Afinal, “a vida é assim mesmo”!
Quando o estresse não é bem gerenciado, as pessoas começam a ficar sobrecarregadas. Elas podem desenvolver doenças psicossomáticas, como fibromialgia, alergias de pele e gastrite, e ter pouco alcance emocional para lidar com eventos cotidianos.
A frustração, raiva e desânimo passam a ser estados emocionais corriqueiros na vida das pessoas estressadas. As suas reações aos acontecimentos, então, tendem a ser intensas, colaborando para o aumento de estresse no núcleo familiar.
O estresse excessivo também pode prejudicar as relações afetivas. A convivência com pessoas estressadas quando você já está estressado é complicada, não é mesmo? Qualquer mal-entendido é motivo para brigas. Começamos a desconfiar de um olhar, um gesto ou uma palavra, interpretando-os como ataques pessoais.
Assim, o estresse não manejado pode ocasionar o afastamento de pessoas queridas e, nas piores situações, quebra de laços.
No caso das famílias, o estresse provocado por crises afeta o casal, filhos, avós e demais familiares próximos. Uma única situação difícil é capaz de desestruturar diversas pessoas, portanto, as crises familiares precisam ser gerenciadas com sabedoria, proatividade e paciência.
Como administrar crises familiares?
Lidar com crises familiares é uma das situações mais difíceis da vida. São necessários muitos recursos emocionais para que todos os membros da família passem pelo momento difícil sem grandes prejuízos emocionais.
Pensando nisso, separamos quatro dicas para ajudar famílias a superarem adversidades e adquirirem resiliência ao longo desse processo. A intenção não é resolver crises com rapidez, mas, sim, da forma menos agressiva para a sua saúde mental e a de seus entes queridos.
1. Manter o diálogo constante
A comunicação é indispensável para uma convivência familiar sadia. Sem diálogo a família não consegue expressar como a crise está lhe afetando, encontrar soluções cabíveis à situação e deixar os outros à parte do que está acontecendo.
Entretanto, a comunicação costuma ser o fator mais difícil para as famílias. Muitos possuem dificuldade para se expressar com sinceridade e demonstrar vulnerabilidade (mesmo diante do cônjuge ou de entes queridos). Preferem resolver tudo sozinhos e evitar preocupar os demais ou manchar a sua imagem diante da família.
O problema é que a falta de diálogo abre portas para desentendimentos.
Alguém faz a interpretação errônea de um acontecimento, uma fala ou um comportamento, por exemplo, e inicia conflitos por conta disso. Quando o diálogo é inexistente ou um recurso pouco utilizado pela família, os familiares fazem suposições para tentar encontrar explicações para o ocorrido
Essa conduta não leva ao esclarecimento, mas, sim, a acusações e demandas incoerentes com a realidade.
Então, mantenha sempre o diálogo aberto e honesto com seus entes queridos, principalmente durante crises familiares. Essa prática faz bem tanto para o seu bem-estar emocional quanto para o bem-estar deles.
2. Promover momentos de descontração
Como o estresse é um dos principais danos provocados pelas crises familiares, ele precisa ser combatido para evitar a sobrecarga emocional. Para isso, as famílias podem promover momentos de descontração onde a diversão e risadas são livres.
Pode ser difícil encontrar razões para sorrir em meio à uma crise. No entanto, é preciso compreender que ninguém é de ferro. Ficar com a mente focada nos problemas 24 horas por dia, sem nenhum descanso, é prejudicial para a saúde mental. Você terá mais dificuldades para encontrar soluções desse jeito.
Pense em quem estuda para passar em um concurso. Esses indivíduos passam grande parte dos seus dias estudando para realizarem os seus sonhos. Uma das dicas que recebem de mentores é para também terem vidas sociais e momentos de lazer, principalmente no fim de semana.
Isso porque o cérebro precisa descansar. Ele não é capaz de absorver com qualidade uma grande quantidade de informação em um curto período. Ao fazer intervalos, ele se renova e fica pronto para encarar uma nova semana de estudos.
É a mesma coisa quando estamos enfrentando uma crise!
Em vez de sobrecarregar o cérebro com pensamentos estressantes e ansiosos, busque momentos de descontração para permitir que ele descanse. Essas ocasiões também fortalecem os laços familiares e reforçam a união perante as adversidades.
3. Buscar soluções em conjunto
Da mesma forma que o diálogo deve envolver todos os membros da família (fazendo as alterações adequadas no tom quando envolvem crianças, adolescentes e pessoas dependentes), a busca por soluções deve ser feita em conjunto.
É como diz aquele ditado popular: “duas cabeças pensam melhores que uma”. Quando mais pessoas estão envolvidas no processo de tomada de decisão, é mais fácil encontrar soluções viáveis, delegar tarefas e utilizar seus talentos pessoais.
Uma dica é fazer um planejamento, colocando as ideias de todos no papel e decidindo quais os melhores caminhos para seguir no momento. Caso uma inciativa não dê certo, todos podem avaliá-la em conjunto para aprender com os erros, sem a intenção de culpar o outro pela falha.
Desse modo, a família aprende a trabalhar em equipe através da tentativa e erro, mesmo que no começo essa ideia pareça irreal devido à dinâmica familiar.
4. Fazer terapia familiar ou terapia de casal
Quando os problemas parecem intermináveis e grandiosos, você pode buscar ajuda profissional. A terapia familiar é voltada para o atendimento psicológico de familiares enquanto a terapia de casal, como o nome indica, para o de casais.
Ambas as abordagens psicológicas têm como objetivo auxiliar famílias ou casais a:
- Encontrar maneiras de melhorar a convivência no cotidiano;
- Solucionar problemas conjugais ou internos;
- Aprimorar o diálogo;
- Incentivar a empatia;
- Fortalecer a união entre os membros da família;
- Incentivar a expressão livre de sentimentos e emoções; e
- Solucionar problemas cuja origem é externa e incontrolável, como demissão ou morte de um ente querido.
A terapia leva os pacientes ao entendimento de que o cônjuge ou os demais familiares são, assim como eles, humanos. Eles cometem erros, possuem dúvidas e sentem medo.
Quando se está imerso em um problema cujas proporções parecem astronômicas, você pode acreditar que todos estão conspirando contra você, mas essa raramente é a realidade. Quem está do seu lado provavelmente está passando por dificuldades similares e precisa de tanto apoio quanto você!
Conclusão
Crises familiares são diversas e podem afetar a estrutura, convivência e união das famílias. Sendo assim, é preciso aprender a gerenciá-las.
Se você seguir as dicas que eu apresento nesse artigo, certamente observará melhoras no relacionamento familiar ao longo do tempo.
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Autor: psicologa Rosana Tamyres Ferreira - CRP 06/139956Formação: A psicóloga Rosana Tamyres Ferreira é pós-graduada pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa. Sua experiência em liderança, gestão de projetos e gestão de pessoas têm sido de grande importância em seus atendimentos na área clínica...
Cara Doutora Thaiana!
Sim, sobram motivos para crises familiares. Naturalmente, cada pessoa tem sua idiossincrasia. Por este fator, e tantos outros externos às pessoas, não é fácil harmonizar a relação interpessoal. Mas isto é possível. As orientações colhidas neste Artigo/Vídeo ajudam neste sentido. Muito obrigado por mais uma Aula Mestra!
Forte abraço,
Luís Monteiro.