Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Kamilla Giacomassi - Psicólogo CRP 06/84766

A expressão “masculinidade tóxica” tem ganhado cada vez mais espaço e sido utilizada em debates sociais, psicológicos e acadêmicos.
Embora, à primeira vista, possa soar como uma crítica à masculinidade em si, o termo não se refere a ser homem, mas sim a comportamentos, crenças e padrões de gênero que podem causar sofrimento tanto para os homens quanto para mulheres.
Neste artigo, vamos explorar o que é masculinidade tóxica, seus indícios, suas origens, como afeta homens e mulheres, exemplos práticos no dia a dia e caminhos possíveis para desconstruí-la. Boa leitura!
O que é masculinidade tóxica?
A masculinidade tóxica é um conjunto de comportamentos e crenças nocivos, baseados em uma visão distorcida do que significa ser homem.
Assim, ela incentiva atitudes como a repressão das emoções, a hostilidade, a necessidade de provar constantemente a virilidade, o desprezo por tarefas de cuidado e a dominação em relacionamentos.
Esse modelo de masculinidade é prejudicial porque limita a liberdade emocional dos homens, aumenta o risco de problemas de saúde mental e fortalece práticas de desigualdade e violência contra mulheres e outros grupos.
Por isso, falar em masculinidade tóxica é falar de um fenômeno social que precisa ser reconhecido e desconstruído para promover relações mais justas e saudáveis.
Quais são os indícios da masculinidade tóxica?
Identificar a masculinidade tóxica é essencial para compreender como ela se manifesta nas relações pessoais, profissionais e sociais. Alguns sinais comuns incluem:
- Repressão de emoções: A ideia de que chorar, expressar tristeza ou mostrar fragilidade é sinal de fraqueza. Essa repressão constante pode gerar ansiedade, depressão e dificuldades de comunicação afetiva.
- Necessidade de afirmar virilidade: A ideia de que o valor de um homem está ligado à sua performance sexual ou à quantidade de parceiras. Esse padrão pressiona e reforça estigmas em torno da masculinidade.
- Agressividade como prova de força: A crença de que resolver conflitos exige violência verbal ou física. Assim, essa postura reforça comportamentos abusivos e dificulta a construção de relações saudáveis.
- Desvalorização do cuidado: Atividades como cozinhar, limpar a casa ou cuidar dos filhos são vistas como “coisa de mulher”, e esse desprezo reforça a desigualdade de gênero e sobrecarrega parceiras ou familiares.
- Machismo explícito ou velado: Desde piadas ofensivas até atitudes de controle e dominação em relacionamentos, o machismo é um indício direto da masculinidade tóxica.
- Homofobia e preconceito: A rejeição a qualquer comportamento considerado “feminino” ou “afeminado” reforça padrões discriminatórios e limita a liberdade individual.
- Competitividade excessiva: Quando a busca por ser “melhor” que os outros é constante, surge a dificuldade de cooperar, reconhecer falhas ou pedir ajuda.
- Isolamento emocional: A crença na autossuficiência leva muitos homens a evitarem vínculos de amizade profunda ou a recusar apoio psicológico, mesmo em momentos de sofrimento.
- Postura controladora e autoritária: Quando o homem acredita que sua palavra deve prevalecer em qualquer situação, toma decisões sem considerar outras pessoas ou desqualifica opiniões diferentes.
Por que a masculinidade tóxica surge?
A masculinidade tóxica nasce de normas sociais e culturais transmitidas de geração em geração. Desde cedo, meninos são ensinados a reprimir emoções e a associar masculinidade à força, ao poder e à ausência de vulnerabilidade.
Dessa forma, esse modelo se sustenta em uma estrutura patriarcal que valoriza a dominação masculina e desvaloriza comportamentos ligados ao cuidado ou à sensibilidade.
Como resultado, muitos homens crescem acreditando que precisam corresponder a um padrão rígido para serem aceitos, perpetuando atitudes nocivas para si mesmos e para os outros.
Como a masculinidade tóxica afeta homens e mulheres?
A masculinidade tóxica tem efeitos amplos e profundos, pois ela não se limita a relações interpessoais, mas alcança também a saúde mental, a dinâmica familiar e até mesmo oportunidades sociais.
Portanto, para compreender melhor esses impactos, é importante observar de que forma eles atingem homens e mulheres de maneira diferente.

Impactos para os homens
Para os homens, a masculinidade tóxica cria uma prisão invisível. Ao tentar se encaixar em padrões de força e invulnerabilidade, muitos acabam negando aspectos fundamentais de sua humanidade, o que compromete sua saúde emocional e suas relações.
- Bloqueio emocional: dificuldade em expressar sentimentos, o que gera solidão, estresse e adoecimento psicológico.
- Baixa procura por ajuda: resistência em buscar terapia ou acompanhamento médico por medo de parecer frágil.
- Pressão constante por desempenho: necessidade de provar força, sucesso e virilidade, levando à ansiedade e exaustão.
- Relações superficiais: medo de demonstrar vulnerabilidade dificulta vínculos afetivos profundos.
- Risco maior de comportamentos nocivos: uso de álcool, drogas ou violência como formas de lidar com frustrações.
Impactos para as mulheres
No caso das mulheres, os efeitos da masculinidade tóxica costumam aparecer em forma de desigualdade, sobrecarga emocional e violência. Essa dinâmica reforça padrões patriarcais e restringe a liberdade feminina em diferentes contextos sociais.
- Sobrecarga emocional: muitas mulheres assumem sozinhas a função de suporte psicológico em relacionamentos com homens que não demonstram vulnerabilidade.
- Violência física e psicológica: comportamentos de controle e agressividade podem se transformar em agressões, ameaças, intimidação constante e, até mesmo, estupro.
- Risco de feminicídio: em casos extremos, a masculinidade tóxica alimenta a ideia de posse sobre a vida da mulher, levando a crimes letais.
- Limitação de oportunidades: a desigualdade de gênero reforçada pela masculinidade tóxica reduz o acesso das mulheres a espaços de liderança e independência financeira.
- Silenciamento social: opiniões femininas são ignoradas ou desvalorizadas em ambientes onde prevalece a autoridade masculina.
Portanto, os impactos da masculinidade tóxica são profundos e se manifestam de maneiras diferentes em homens e mulheres.
Exemplos de masculinidade tóxica no dia a dia
A masculinidade tóxica não aparece apenas em situações extremas. Ela também se manifesta em comportamentos corriqueiros, muitas vezes normalizados pela sociedade.
Assim, identificar esses exemplos é fundamental para perceber como esse padrão se perpetua e como pode ser desconstruído.
- Pais que não demonstram afeto: homens que evitam abraçar ou dizer que amam os filhos, por acreditarem que carinho os tornaria frágeis.
- Desprezo por cuidados básicos de saúde: homens que deixam de procurar médicos ou psicólogos para não parecerem vulneráveis.
- Bullying escolar: quando meninos são ridicularizados ou excluídos por se interessarem por atividades vistas como “de menina”, como dança, teatro ou artes em geral.
- Controle em relacionamentos: quando o homem tenta impor sua vontade sobre a parceira, decidindo sozinho questões importantes da vida a dois. Isso pode aparecer no controle sobre as roupas que ela veste, nas amizades que mantém, nos locais que frequenta ou até nas decisões profissionais.
- Piadas machistas e/ou homofóbicas: comentários que reforçam estereótipos de gênero ou ridicularizam quem não se encaixa no padrão “macho alfa”.
- Competitividade exagerada entre amigos: quando a amizade se transforma em disputa constante, impedindo demonstrações genuínas de apoio e cuidado.
- Trabalho doméstico ignorado: homens que deixam a responsabilidade da casa exclusivamente para mulheres, tratando isso como obrigação delas.
Essas situações mostram que a masculinidade tóxica está presente em gestos e atitudes do cotidiano e reconhecê-las é essencial para começar a transformá-las.
Como desconstruir a masculinidade tóxica?
Desfazer padrões de masculinidade tóxica é um processo contínuo, que envolve mudanças individuais e coletivas. Alguns caminhos importantes incluem:
- Educação emocional: incentivar meninos e homens a expressarem sentimentos de forma saudável.
- Valorização do cuidado: dividir responsabilidades domésticas e afetivas, sem associá-las a um gênero.
- Diálogo sobre igualdade: abrir espaço para conversas que questionem estereótipos e reforcem o respeito.
- Exemplos positivos: reconhecer homens que cultivam empatia e responsabilidade, mostrando novos modelos de masculinidade.
- Apoio profissional: A terapia oferece ferramentas para desenvolver novas formas de expressar emoções, fortalecer vínculos saudáveis e romper padrões nocivos transmitidos socialmente.
É importante ter em mente que a desconstrução não acontece de imediato, mas cada passo contribui para relações mais equilibradas e uma sociedade mais justa.
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Autor: psicologa Kamilla Giacomassi - CRP 06/84766Formação: A psicóloga Kamilla Giacomassi é formada há 17 anos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua com base na abordagem Terapia Comportamental, possui curso de extensão em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC e, atualmente, possui uma especialização em andamento em Psicanálise pela AEP.
















