Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Ane Rodrigues Sousa - Psicólogo CRP 06/178810
Você já ouviu falar sobre a distimia? Essa é uma das variáveis da depressão, que se apresenta de forma crônica e contínua.
Considerando que, de acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%, é necessário tomar conhecimento do problema para tratá-lo, caso você esteja com ele, ou auxiliar pessoas próximas que o estejam vivenciando.
Nesse sentido, preparamos este artigo para falar tudo sobre a distimia. Continue acompanhando para saber mais a respeito do assunto!
O que é distimia?
A distimia, também conhecida como Transtorno Depressivo Persistente, consiste em uma depressão crônica, porém de moderada intensidade.
Assim, diferentemente da depressão clássica que conhecemos, a distimia não se instala de repente. Nela, o mau humor do paciente é constante. Além disso, ele apresenta irritação contínua, baixa autoestima, pensamentos negativos e uma personalidade complicada.
Convém mencionar que ela pode ter origem na infância e na adolescência e, assim, persistir por anos ou por toda a vida.
Portanto, é muito comum que a distimia não seja descoberta, uma vez que os sinais desta condição costumam ser atribuídos ao temperamento difícil do indivíduo.
Quais são as causas da distimia?
Assim como no caso da depressão comum, vários fatores podem desencadear a distimia, como os bioquímicos, genéticos e ambientais – como traumas mal resolvidos, perda de entes queridos e vivência de uma rotina estressante, por exemplo.
Principais sintomas do Transtorno Depressivo Persistente
Antes de falarmos sobre os sintomas da distimia, é importante saber que, por se tratar de uma condição crônica, os seus sinais devem perdurar por, pelo menos, dois anos.
Dentro desse período, o paciente não pode ter passado dois meses sem sintomas. Do contrário, não se pode considerar como um Transtorno Depressivo Persistente.
Já no caso de crianças e adolescentes, então os sintomas devem ter duração mínima de um ano.
Dito isso, os principais sintomas da distimia são:
- Mau humor constante
- Baixa autoestima
- Elevado senso de autocrítica
- Predominância de pensamentos negativos
- Sentimento de incompetência
- Falta de esperança
- Desânimo e tristeza
- Falta de energia para realizar tarefas rotineiras
- Isolamento social
- Irritação constante
- Sentimento constante de culpa
- Dificuldade de se concentrar
- Choro fácil
- Desregulação do sono
- Desinteresse generalizado pela vida
No entanto, convém mencionar que esses sintomas não costumam impedir que as pessoas vivam sua vida “normalmente”. Afinal, a distimia tem intensidade moderada.
O que acontece é que eles tornam a vida do paciente menos proveitosa e com muitas dificuldades para se relacionar na vida pessoal e profissional.
Como é realizado o diagnóstico da distimia?
O diagnóstico do Transtorno Depressivo Persistente é clínico e leva em consideração o tempo de manifestação dos sintomas, como já mencionamos.
Assim, o paciente deve passar por uma consulta com o psiquiatra para que esse especialista faça uma anamnese e consiga investigar se trata-se realmente de uma espécie de depressão crônica.
É importante destacar o papel da família e dos amigos. Afinal, a pessoa que sofre com a distimia tende a achar que as características aqui apresentadas fazem parte da sua personalidade, o que impede que ela procure ajuda por conta própria.
Como tratar a distimia?
O tratamento da distimia deve ser multidisciplinar para que o paciente consiga permanecer por maiores tempos sem os sintomas da condição.
Nesse cenário, as principais frentes são:
Psicoterapia
A terapia é indispensável para quem sofre com a distimia. Isso porque ela auxilia o paciente a identificar e a mudar os seus padrões de comportamento e pensamentos.
Por meio de reflexões, o indivíduo é estimulado a adotar uma mudança comportamental, inclusive nos seus relacionamentos interpessoais.
Além disso, o acompanhamento com um psicólogo permite que a pessoa distímica trabalhe o autoconhecimento, reconhecendo, por exemplo, situações que desencadeiam o seu mau humor constante, para, assim, evitá-lo.
A terapia também pode ir ainda mais a fundo ao tentar descobrir a causa da distimia. Nesse sentido, caso seja um fator ambiental, como um trauma da infância, por exemplo, esse será tratado também.
Uso de medicamentos
O tratamento medicamentoso também pode ser indicado para controlar os sintomas e tratar os fatores bioquímicos da distimia. Para tal, é necessário que um médico psiquiatra prescreva as medicações corretas.
Mudança de hábitos e estilo de vida
Essa é uma outra frente necessária no tratamento e que está intrinsecamente relacionada à disposição do paciente em se tratar.
Sim, alterar hábitos e o estilo de vida é importante para melhorar o humor, diminuir a irritabilidade e tratar os outros sintomas da distimia. Isso tem a ver com o autocuidado!
Portanto, o paciente pode (e deve!):
- Se exercitar regularmente: para melhorar a sensação de bem-estar;
- Desenvolver um hobby: para aumentar a sensação de prazer;
- Meditar: para relaxar e acalmar a mente e os pensamentos;
- Se engajar no voluntariado: para se sentir motivado e relevante.
São simples dicas, mas que podem interferir positivamente e consideravelmente no tratamento da distimia.
Como ajudar uma pessoa com distimia?
Se você convive com uma pessoa distímica, procure ajudá-la! Por mais que o relacionamento muitas vezes seja difícil e você tenha vontade de desistir, é necessário ter tranquilidade para auxiliá-la em suas dificuldades e, assim, melhorar a convivência.
Nesse sentido, é possível seguir algumas dicas que vão exigir um certo esforço da sua parte, mas que trarão resultados positivos para a pessoa e para a relação entre vocês, como:
Seja paciente
É necessário exercitar bastante a sua paciência. Isso porque a pessoa com distimia, devido ao seu mau humor e irritabilidade, pode ser grossa muitas vezes.
Apesar de ser difícil enfrentar situações de agressividade, procure não levar para o lado pessoal. Lembre sempre que a grosseria é uma reação dos sintomas da condição, e não uma característica da personalidade da pessoa.
Portanto, seja empático em vez de reagir também com grosseria e falta de educação.
Não deixe que a pessoa distímica se isole
Também é importante ficar atento à vontade do paciente em se isolar. Apesar de essa ser uma prática comum, é preciso impedir que isso ocorra, pois pode indicar que o seu quadro está se agravando. E isso significa que ela pode, por exemplo, colocar em risco a própria vida.
Portanto, mantenha-se em vigília para evitar um isolamento social que pode desencadear alguma outra situação mais grave.
Se disponibilize a praticar atividades juntos
Praticar atividades físicas e hobbies é muito importante para o tratamento da distimia. No entanto, o indivíduo pode se sentir desmotivado, justamente por causa da sua condição.
Nesse cenário, se disponibilize para praticar atividades com ele. Pode ser necessário, inclusive, tomar as rédeas da situação e até mesmo impor uma programação, uma vez que se você deixar para a pessoa decidir, pode não dar certo.
Pergunte como você pode ajudar
Também procure dar abertura para que a pessoa indique o que precisa. Nesse caso, pergunte a ela como você pode ajudar e se mostre disponível para contribuir no que for preciso.
Essa medida é importante porque não sabemos exatamente o que pode suprir as necessidades de uma pessoa. Portanto, se coloque à disposição para ajudá-la!
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Autor: psicologa Ane Rodrigues Sousa - CRP 06/178810Formação: A psicóloga Ane Rodrigues tem expertise em questões como ansiedade, depressão, pânico, fobias, estresse, TOC, TDAH, luto, ciúmes exacerbado, conflitos familiares etc...
Muito bom e relevante este artigo! Esta doença, depressão, tem crescido no mundo todo e temos de nos preocupar e procurar um boa saúde mental para enfrentar os desafios do dia a dia!
Parabéns pela iniciativa!
Olá! Ficamos contentes que tenha gostado do conteúdo.