Psicologia hospitalar: o que é e como funciona? [GUIA]

Psicologia hospitalar: o que é e como funciona? [GUIA]

Pouca gente tem conhecimento sobre a psicologia hospitalar, porém essa é uma área de extrema importância no contexto de reabilitação e cuidados para com o paciente. 

Afinal de contas, enfrentar uma doença requer resiliência, acolhimento e uma boa gestão emocional. Do contrário, os sintomas da patologia podem até se agravar e, assim, comprometer a saúde geral do indivíduo. 

Por isso, neste conteúdo, vamos falar sobre a psicologia hospitalar, explicar o seu funcionamento, apontar suas finalidades e listar os benefícios na vida de pessoas enfermas. 

Boa leitura!

O que é psicologia hospitalar?

A psicologia hospitalar é uma área e abordagem que tem como finalidade compreender o contexto de pacientes hospitalizados para, assim, tratar todos os aspectos psicológicos que possam ter contribuído para o seu adoecimento, bem como trabalhar aqueles que possam ajudá-lo em sua reabilitação integral – física, emocional e mental. 

Nesse sentido, convém mencionar que a psicologia hospitalar não trata apenas patologias psíquicas, mas qualquer enfermidade, uma vez que entende-se que essa possa ter aspectos subjetivos e de origem emocional que tenham provocado ou agravado o quadro. 

Além do mais, sabe-se que um indivíduo em contexto de doença tende a ter o seu emocional e psicológico abalado. Portanto, essa abordagem psicoterapêutica também trata esse âmbito, seja para prevenir o adoecimento mental ou tratá-lo. 

Para que serve a psicologia hospitalar? Qual é a sua importância?

A psicologia hospitalar serve para ajudar o paciente – e seus familiares – a passarem de forma mais tranquila pelo processo da enfermidade, que traz atribulações, angústia e sofrimento psicológico e emocional para todos os envolvidos. 

Sendo assim, o psicólogo hospitalar tem como objetivo tentar restabelecer o equilíbrio emocional aos indivíduos, o que não somente ajuda a passar pelo adoecimento de uma forma mais resiliente, como também pode contribuir para reduzir a intensidade de alguns sintomas da doença e até mesmo curá-los, considerando a psicossomatização. 

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Psicóloga Yasmin Ramos

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Além disso, essa abordagem psicoterapêutica contribui para a prevenção do surgimento e/ou da evolução de problemas de ordem psicológica. 

Vale dizer que sua atuação envolve desde as doenças mais simples até as mais graves e, muitas vezes, crônicas. Isso significa que a psicologia hospitalar também possui um viés capaz de oferecer cuidados paliativos especiais e importantes. 

Como funciona a psicologia hospitalar?

Na prática, o psicólogo vai até o leito do paciente para conversar com ele e seus acompanhantes. No recinto, ele oferece uma escuta ativa visando auxiliar os indivíduos a encontrarem respostas para suas angústias. Tem-se, então, uma avaliação psicológica. 

Nessa conversa inicial, o profissional entrará em contato com as demandas emocionais do paciente e colherá informações relevantes para realizar a sua anamnese. É comum que já seja avaliado o nível de algumas condições mais sérias, como depressão, para que, se necessário, seja realizada uma intervenção mais imediata. 

A partir dessa avaliação inicial, já é possível ter uma boa percepção do caso e definir as metas do tratamento psicológico – que são baseadas nas necessidades percebidas. Essa definição é realizada sempre em conjunto com o paciente e seus familiares. 

Vale destacar que boa parte dos atendimentos na psicologia hospitalar são emergenciais. Contudo, a depender do tempo em que o paciente permanecer internado, podem haver sessões de terapia bem estruturadas. 

Apesar de também se orientar pelo prontuário médico, a atuação do profissional vai muito além dele. A partir de atendimentos únicos e humanizados, os psicólogos vão além da parte clínica e procuram acolher o sofrimento do paciente em sua integralidade. 

Entretanto, é válido notar que o acompanhamento é sempre feito de forma colaborativa com os outros profissionais da saúde para oferecer o melhor ao paciente. Até mesmo porque, embora o foco seja tratar questões psicológicas, é essencial que o psicólogo tenha conhecimento das limitações e desafios enfrentados pelo organismo do indivíduo. 

Convém mencionar ainda que, além das unidades de internação e de terapia intensiva, os psicólogos hospitalares também atuam em ambulatórios e pronto-atendimentos. 

Todas as suas funções e atribuições, como veremos adiante, visam o restabelecimento do estado de saúde do paciente e/ou o controle de sintomas e condições que prejudicam o seu bem-estar e recuperação, como a ansiedade e depressão. 

Quais são as atribuições do psicólogo hospitalar? 

Os psicólogos hospitalares possuem diversas atribuições a depender do contexto no qual determinado paciente está inserido. Desse modo, as principais são:

• Atendimento psicoterapêutico;
• Acolhimento e suporte emocional a pacientes e familiares; 
• Preparação psicológica para cirurgias;
• Auxílio no processo de cuidados paliativos; 
• Preparação psicológica para alta hospitalar; 
• Identificação de possíveis desafios no tratamento médico; 
• Identificação de estratégias para enfrentar as situações adversas; 
• Cumprimento de protocolos de saúde mental;
• Desenvolvimento e coordenação de grupos psicoterapêuticos;
• Consultoria para auxiliar outros profissionais a lidarem com o paciente;
• Intervenção ativa no processo de adaptação e recuperação do paciente hospitalizado.

O que o psicólogo hospitalar não pode fazer?

A atuação desse profissional possui limites bastante definidos, visando sempre o bem-estar do paciente e seus familiares. Nesse sentido, entre as ações que ele não pode exercer, estão:

• Dar informação sobre o diagnóstico clínico do paciente;
• Interferir na conduta da equipe médica;
• Informar falecimento. 

Quais são as vantagens do atendimento psicológico em um ambiente hospitalar?

Como já falamos neste artigo, a psicologia hospitalar ajuda o paciente e seus familiares a enfrentarem o processo do adoecimento com mais resiliência, preservando o seu bem-estar e reduzindo as chances de questões de ordem emocional surgirem.

Mas, para além disso, existem outros importantes benefícios em se oferecer um atendimento psicológico em ambiente hospitalar, como:

• Redução do tempo de hospitalização do paciente, uma vez que o controle de problemas emocionais evita a evolução dos sintomas. 
• Identificação precoce de pacientes de risco de suicídio e automutilação, o que reduz os desfechos trágicos. 
• Possibilidade de fazer com que o paciente tenha uma percepção melhor sobre o momento de vida que está vivendo, o que o ajuda a lidar melhor com as emoções negativas e a construir pensamentos mais construtivos. 
• Maior aderência ao tratamento médico pelo paciente, uma vez que a insegurança, o medo, a tristeza e até mesmo a revolta podem impedir que ele siga corretamente as prescrições médicas.
• Criação de formas de enfrentamento às dificuldades impostas pela hospitalização e pela doença em si. 
• Redução das chances de aparecerem condições psicológicas que podem agravar o quadro, como ansiedade, depressão, estresse, síndrome do pânico, entre outros. 
• Maior qualidade e empatia no atendimento oferecido por toda a equipe de saúde, uma vez que o psicólogo oferece importantes orientações sobre as melhores condutas a serem adotadas durante o tratamento. 

Portanto, a psicologia hospitalar é uma área extremamente essencial para preservar a saúde mental em momentos adversos e fisicamente instáveis.

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