Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Kamilla Giacomassi - Psicólogo CRP 06/84766
Comportamentos codependentes não são fáceis de mudar. Mas é necessário que isso seja feito. Assim você pode melhorar seu bem-estar e saúde mental, afirmam os psicólogos.
Qualquer padrão de comportamento de longa data pode ser difícil de mudar. Somos criaturas de hábitos e tendemos a repetir os mesmos comportamentos, muitas vezes, e sem sequer pensar neles.
E, às vezes, continuamos, mesmo quando esses comportamentos criam problemas para nós. Este é o caso de comportamentos codependentes.
O que são comportamentos codependentes?
Quando falamos sobre comportamentos codependentes, nos referimos a coisas como:
- Perfeccionismo;
- Sacrifício próprio ou martírio;
- Obsessão pelos problemas de outras pessoas;
- Tentativas de consertar, mudar ou resgatar outras pessoas — mesmo que elas não pareçam muito interessadas em mudanças.
Pessoas codependentes lutam consigo mesmas para não pedirem ajuda quando precisam, não priorizam suas necessidades mais pungentes. E como resultado, ficam cansados, irritados, ressentidos e estressados.
Como alterar comportamentos codependentes?
Mesmo que esses comportamentos codependentes sejam habituais, é necessário mudar! O desafio, é claro, é descobrir como mudar.
O que fazer para não ter comportamentos codependentes? E como ficamos com os novos comportamentos por tempo suficiente para ver a diferença?
A resposta é muita prática: autocompaixão. E para adquirirmos um novo hábito é necessário repeti-lo muitas vezes antes de dominá-lo e nos sentirmos confortáveis em fazê-lo.
A princípio, parecerá estranho, assustador. Você ficará cheio de culpa e desconfortável. Em suma, o período de mudança pode não ser fácil nem agradável. Resumindo, o processo de mudança é difícil.
É aí que entra a autocompaixão. Acredite em tentar. Elogie-se por dar os primeiros passos, mesmo que eles não pareçam realizar muito a princípio. Incentive-se dizendo coisas como: “Você pode fazer isso!” Não espere perfeição e tente não se criticar se voltar ao comportamento antigo. Isso tudo faz parte do processo.
Então, vamos começar com algumas ideias para mudar comportamentos codependentes.
Você não tem obrigação de agradar todas as pessoas
Em vez de dizer sim a cada solicitação, fazer coisas que não quer fazer ou realiza-las por obrigação, considere o que você precisa e deseja. Pergunte a si mesmo:
- Estou interessado em fazer isso?
- Por que estou dizendo sim?
- Eu tenho tempo para isso?
- Posso me dar ao luxo de fazer isso?
- Isso está alinhado com meus valores e prioridades?
Lembre-se de que pode recusar qualquer coisa. Algumas pessoas podem ficar desapontadas ou chateadas com você, mas isso é problema delas, não seu. Você não é responsável por fazer todos felizes.
Ação: nesta semana, pratique dizer não a uma coisa que você não quer fazer, que não se encaixa na sua programação ou orçamento ou não lhe interessa.
Identidade e valor próprio
Você sente que perdeu sua identidade ou não tem certeza de quem é? Frequentemente, os codependentes não se diferenciam completamente dos outros. Não têm um forte senso de quem são, do que gostam ou querem. São rápidos em desistir dos objetivos, ideias e do que é importante para eles. E tudo isso visando apenas agradar os outros.
Obtém sua identidade e senso de valor pelo que fazem e não por quem são. Resumindo, obtém seu senso de valor ao agradar aos outros, sacrificando-se. E sentem-se terríveis quando os outros estão chateados ou desapontados com eles. Não têm forte senso de quem são ou de sua importância sem validação externa.
Ação: o remédio para problemas de identidade pode começar com algumas das seguintes atividades:
Conheça-se melhor. Pratique com estas perguntas.
Compartilhe suas opiniões, ideias e sentimentos. Tente compartilhar uma opinião ou ideia diferente com alguém que seja receptivo, como sugerir uma atividade diferente para o Happy Hour ou, educadamente, deixar alguém saber que você não concorda com o ponto de vista dele.
Faça uma coisa esta semana porque lhe interessa. Pode ser algo novo que você esteja curioso para experimentar ou algo que tenha gostado no passado, mas que não tenha priorizado recentemente.
Valide seus sentimentos pelo menos uma vez por dia. Quando você perceber que está buscando a validação de outra pessoa ou desapontado por alguém não ter lhe achado “alguém legal” tente se dar a validação necessária.
Agindo como um mártir
Um mártir é alguém que insiste em fazer tudo sozinho. Você recusa ajuda, se lhe for oferecido. Mas você não está fazendo ou dando com alegria. Está ressentido por ter que fazer tanto e que as pessoas não o ajudem ou pensem no que você precisa.
Ação: na próxima vez que alguém se oferecer para ajudar, diga sim. Ou se ninguém se oferecer para ajudar na próxima semana, pergunte, peça ajuda. Simplesmente diga: “Você pode me ajudar com _______?” Eles podem recusar, mas aprender a perguntar ainda é um sucesso.
Perfeccionismo
Perfeccionistas têm padrões impossivelmente altos. Suas expectativas são irrealistas e, inevitavelmente, deixam de alcançá-las, o que leva a criticar a si mesmas (ou a outros) pelo menor erro ou imperfeição.
Eles nunca se sentem satisfeitos. Em vez disso, não espere que você ou outras pessoas façam as coisas perfeitamente. Espere cometer erros e que outras pessoas também o farão. Erros não são falhas ou sinal de inadequação. Eles são um sinal de serem humanos!
Ação 1: quando você cometer um erro, diga algo gentil para si mesmo: “Está tudo bem. Todo mundo comete erros.” A autocompaixão é mais motivadora do que a autocrítica.
Ação 2: defina expectativas mais realistas. Se continuar cometendo o mesmo erro, não é porque há algo errado com você, é porque há algo errado com seu objetivo ou expectativa.
Por exemplo, se eu constantemente traio minha dieta pobre em carboidratos, não é porque sou um fracasso. É porque o objetivo de comer tão poucos carboidratos não é realista para mim agora e preciso mudar minhas expectativas.
Não impor limites ou ser passivo
Em vez de permitir que outras pessoas o maltratem (diga coisas más, peça emprestado dinheiro sem pagar, deixando sua vida uma bagunça e esperando que você limpe, violando seus limites), defina limites dizendo às pessoas o que não está bem e o que acontecerá se elas continuarem.
Ação: quando você se sentir maltratado, comunicar como se sente e o que você quer, declare sem medo. Por exemplo: “Sinto-me magoado e ofendido quando você faz comentários sarcásticos sobre o meu peso. Gostaria que você parasse de comentar sobre minha aparência.”
Ao estabelecer limites, lembre-se de que não pode forçar outras pessoas a fazerem o que você quiser, mas pode mudar seu próprio comportamento para se manter seguro.
Negação, evitar ou minimizar seus sentimentos
Em vez de encarar seus sentimentos, codependentes acabam entrando em negação. Fingem que está tudo bem ou buscam se entorpecer com álcool ou comida, por exemplo.
Ação: pergunte a si mesmo “Como me sinto?” três vezes por dia (as refeições são bons lembretes para fazer isso). Anote seus sentimentos. Não tente mudá-los; apenas deixe seus sentimentos serem reais e válidos.
Você pode fazer isso dizendo ou escrevendo: “Eu sinto ____________”. Esse sentimento é válido e útil. Se seus sentimentos forem desconfortáveis ou dolorosos, tente tolerá-los por apenas um minuto antes de se envolver na sua atividade que é válvula de escape.
Corrigir os problemas de outras pessoas
Essa “ajuda” e busca de “correção” é o que faz com que outras pessoas permaneçam em um padrão disfuncional. Por exemplo, quando um codependente tem como parceiro/parceira uma pessoa alcoólatra. Ao invés de ser mais rígido, é capaz de até comprar bebidas alcoólicas para essa pessoa.
Ou ainda, vive passando a mão na cabeça dessa pessoa. Pode parecer uma “ajuda”, um comportamento “amoroso”, mas na realidade é muito prejudicial. Faz com que eles evitem assumir a responsabilidade por si mesmos e experimentem as consequências naturais de suas escolhas.
Em vez de permitir e se concentrar no que os outros estão fazendo, cuide-se e encontre maneiras mais saudáveis de gerenciar sua preocupação e ansiedade. Frequentemente, focamos em outras pessoas não apenas para ajudar, mas também porque isso nos dá uma sensação de controle.
Ação: identifique seus comportamentos de “ajuda” e “correção”. Quando se sentir compelido a agir em prol dos seus parentes e pessoas próximas quando elas fizerem algo que as prejudique, afaste-se da situação.
Observe seus sentimentos e pense em uma atividade que você pode fazer para se confortar, acalmar seus medos e tolerar a ansiedade de deixar seu ente querido experimentar as consequências de suas ações.
Essas são algumas dicas que lhe ajudarão a lidar com seus comportamento codependentes.
E, agora, vai a dica final e mais importante: busque a ajuda de um psicólogo. Uma grande mudança como essa pode ser difícil, porém necessária. E você não precisa passar por ela sozinho. Um profissional experiente em saúde mental pode tornar essa jornada mais fácil, por meio da psicoterapia.
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Kamilla Giacomassi
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Consultas por vídeoA psicóloga Kamilla Giacomassi é formada Universidade Presbiteriana e possui uma especialização em andamento em Psicanálise pela AEP. Atua em demandas como síndrome do pânico, TDAH (Transtorno de Déficit e Atenção e Hiperatividade), fobias, lutos, entre outras.
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Rosangela Silva Santos
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Consultas por vídeoA psicóloga Rosangela Silva Santos realiza os seus atendimentos com base na abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental). Possui cursos de extensão em Terapia Cognitivo Comportamental aplicada na USP e também tem especialização pelo Albert Einstein
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Autor: psicologa Kamilla Giacomassi - CRP 06/84766Formação: A psicóloga Kamilla Giacomassi é formada Universidade Presbiteriana e possui uma especialização em andamento em Psicanálise pela AEP. Atua em demandas como síndrome do pânico, TDAH (Transtorno de Déficit e Atenção e Hiperatividade), fobias, lutos, entre outras.