O que é o desespero?
Desespero é uma experiência humana comum. Todos nós já sentimos desespero durante períodos difíceis em nossas vidas.
Podemos ocasionalmente sentir desespero relacionado ao nosso trabalho, casamento ou vida amorosa, família, finanças, tragédias, etc. Mas normalmente ele se dissipa com o tempo, e a vida continua. Pelo menos até a próxima crise.
Quando o desespero não passa, mas sim se aprofunda, infiltrando-se no íntimo, acaba assumindo o controle das emoções e se torna crônico.
Ao diminuir a qualidade de vida, danificar a produtividade e impedir de ir em frente e perseguir os objetivos, sonhos e desejos, o desespero se torna clínico ou patológico e é necessária intervenção profissional.
O que é desespero clínico?
O desespero clínico é conceituado por psicólogos como uma profunda e existencial desesperança, desamparo, impotência e pessimismo sobre a vida e o futuro.
Ainda, é um desânimo profundo e perda de fé sobre a capacidade de encontrar significado, realização e felicidade, para criar um futuro satisfatório para si.
Sendo uma condição psicológica grave, pode tanto ser resultado quanto estar em conjunto de:
- Depressão maior
- Insatisfação com a vida
- Traumas
- Sentimento de solidão e isolamento
- Senso de mortalidade
- Crença de que a vida não possui propósito
O psiquiatra existencial Viktor Frankl, cuja experiência no campo de concentração durante o Holocausto fez dele um especialista no assunto, definiu o desespero como um sofrimento infundado, em uma simples, porém, poderosa fórmula:
D= S-M.
Desespero é igual ao sofrimento menos significado (meaning, em inglês).
Sua implicação clínica é que o desespero pode ser tratado, ajudando o paciente a atribuir ou descobrir algum significado em seu sofrimento pessoal, angústia seus sintomas.
Causas do desespero
O desespero é geralmente provocado por algum evento significativo na vida: trauma, divórcio, morte de alguém próximo, ter vivenciado situações de extremo perigo, abuso de drogas, filhos indo embora, crises existenciais, etc.
Da mesma forma, pode resultar da repressão crônica de alguns aspectos de nossas vidas. Por exemplo, temos o hábito de negar ou reprimir nossa raiva, sexualidade, paixão, espiritualidade, tristeza, ansiedade, criatividade – e até mesmo o nosso desespero existencial.
O desespero, que muitas vezes também carrega uma grande dose de amargura, tipicamente decorre da raiva reprimida, ou da raiva sobre como a vida nos tem tratado injustamente, e como impotente e indefeso estamos apara fazer algo construtivo a respeito.
É por isso que é de vital importância o paciente entrar em contato esses sentimentos reprimidos, buscar ajuda de um psicólogo, e aproveitar todo o seu poder e energia motivadora para mudar a si e o curso de sua vida para melhor.
Caso contrário, o desespero infiltra-se mais, por vezes, expressando-se em um comportamento autodestrutivo e até mesmo violento.
Como lidar com o desespero
O desespero clínico pode ocorrer em qualquer momento da vida, desde a infância até a velhice. Mas qual é a melhor maneira de lidar com essa experiência generalizada e perigosa que chamamos de desespero clínico?
A princípio sabemos o que não funciona: negar a situação só piora as coisas. Como C.G. Jung disse certa vez: “Não podemos mudar nada sem que primeiro aceitemos”.
Os Psicólogos
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Pragmaticamente falando, os pacientes que sofrem de desespero clínico necessitam de medicação psiquiátrica, tanto para evitar que caiam mais em seu desespero quanto para recuperarem a energia, vontade e motivação para iniciar uma psicoterapia e lidar com os problemas de frente.
Através da psicoterapia é possível aceitar, tolerar e exteriorizar a negatividade com o acompanhamento de um bom psicólogo, até que eventualmente esses sentimentos ruins se transformem em coisas boas: coragem, esperança, alegria, amor, paixão, espiritualidade ou criatividade.
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*Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.
Autor: Thaiana F. Brotto
CRP 06/106524 – São Paulo
FORMAÇÃO
Graduação em Psicologia pela PUC-PR em 2008. Pós-graduação em Terapia Comportamental pela USP. E pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental pelo ITC