Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Isabela Magalhães Santos Fernandes - Psicólogo CRP 06/175414
O medo de engravidar ou o desejo enorme de gerar um filho pode levar ao desenvolvimento da gravidez psicológica, também chamada de pseudociese.
Nessa condição, a mulher acredita que está grávida, desenvolvendo, inclusive, sintomas físicos de uma gravidez real. Entretanto, fisicamente e clinicamente ela não está grávida.
Mas o que será que contribui para o desenvolvimento da gravidez psicológica? Algumas pessoas têm mais chances de desenvolvê-la do que outras?
Continue a leitura deste artigo para encontrar a resposta para essas e outras perguntas.
O que é gravidez psicológica?
A gravidez psicológica, pseudociese ou gravidez fantasma é um distúrbio psicológico no qual a mulher acredita com convicção que está à espera de um bebê.
Assim, proveniente do campo mental e emocional, essa condição se manifesta fisicamente também, sendo que a mulher passa a desenvolver sintomas de uma gestação real, como cansaço, sonolência, enjoos e aumento da barriga e dos seios, por exemplo.
Essas reações físicas acontecem porque o sofrimento psicológico da mulher afeta o seu cérebro, que libera hormônios presentes na gestação, como o estrogênio e a prolactina.
No entanto, quando ela realiza exames clínicos, como o beta HCG e o ultrassom, esses apontam para a não existência de uma gestação.
Quais são as causas da gravidez psicológica?
Não existe uma causa específica e concreta para o desenvolvimento da gravidez psicológica.
Porém, sabe-se que ela pode estar associada a dois extremos: ou ao desejo intenso de ser mãe ou ao medo exagerado de engravidar (tocofobia).
Entretanto, a primeira situação costuma ser a mais comum.
Além disso, existem algumas vivências e experiências traumáticas que podem fazer com que uma mulher desenvolva a gravidez psicológica, como perda de um filho, aborto espontâneo e abusos sexuais.
Como é possível perceber, todas as causas são de cunho psicológico e/ou emocional.
Quais são os principais sinais de uma gravidez psicológica?
Como mencionamos, os sinais e sintomas de uma gravidez psicológica são os mesmos de uma gravidez real, sendo eles:
- Ganho de peso
- Sonolência
- Náuseas e enjoos
- Seios doloridos e maiores
- Aumento do apetite e desejos alimentares
- Aumento do volume abdominal
- Produção de leite nas mamas
- Atraso menstrual
- Falsas contrações de parto
Convém mencionar que existem casos de gravidez psicológica nos quais a mulher chega a sentir movimentos no útero e acredita que sejam do feto.
Esses sintomas variam de pessoa para pessoa (assim como os da gravidez real) e podem durar semanas, meses ou anos. Daí a importância de a mulher contar com uma ajuda psicológica e médica para tratar a condição o quanto antes.
Existem fatores de risco para o desenvolvimento da gravidez psicológica?
Sim, existem! Apesar de a gravidez psicológica poder afetar qualquer mulher, algumas podem ter uma probabilidade maior de desenvolver essa condição e, portanto, são classificadas como portadoras de fatores de risco.
Assim, no grupo de risco, temos as mulheres que:
- Sofrem com alguma condição mental, como a ansiedade e a depressão;
- Sofreram muitos abortos espontâneos ou perderam um filho no parto;
- Foram diagnosticadas com problemas de infertilidade (temporária ou não);
- Sentem-se pressionadas a engravidar por si própria ou pelos seus cônjuges;
- Vivenciaram algum abuso sexual.
Vale dizer que essas condições não significam que a mulher desenvolverá a gravidez psicológica, até mesmo porque essa é uma condição rara. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas uma em cada 22 mil gestações no mundo são psicológicas.
Como é feito o diagnóstico da gravidez psicológica?
Basicamente, o diagnóstico da gravidez psicológica é realizado por meio de uma análise clínica geral. Nela, o profissional da saúde levará em consideração os relatos da paciente e os exames solicitados para a comprovação ou não da gravidez.
Esses exames são o Beta HCG (urina e sangue) e a ultrassonografia transvaginal ou pélvica.
No primeiro, o resultado será negativo no caso da pseudociese. Já o segundo, identificará a ausência de saco gestacional, embrião ou feto e placenta – depende da idade gestacional estimada.
Constatando a não gravidez, mas percebendo que a mulher continua com sintomas de uma gestação, o médico pode então solicitar uma tomografia computadorizada do crânio.
Sua finalidade é identificar se há alterações na hipófise que possam estar provocando o desequilíbrio hormonal e, portanto, os sintomas da gravidez.
Descartada essa possibilidade, então tem-se um caso de gravidez psicológica constatada.
Como tratar a gravidez psicológica?
Por ser uma condição psicológica, a pseudociese deve ser tratada por meio de um acompanhamento psicológico.
Junto à paciente, o profissional procurará entender as causas que levaram ao desenvolvimento dessa condição para tratar a raiz do problema e, assim, evitar que ele se desenvolva novamente.
Além disso, o tratamento psicológico ajudará a reduzir os sintomas da gravidez psicológica – uma vez que a paciente entenderá que de fato não está grávida – e aliviar as pressões que essa possa estar sofrendo ou se impondo para engravidar.
Portanto, a atuação do psicólogo é essencial como forma de tratar possíveis transtornos e modificar os padrões de pensamento que possam estar implicando em sérias consequências para a vida da mulher.
Além dessa frente, também é importante que a mulher faça um tratamento com o seu médico ginecologista para tratar alguns sintomas, como a ausência da menstruação, e também para que seja possível tratar possíveis problemas de fertilidade, se esse for o fator que desencadeou a gravidez psicológica.
Convém mencionar que, durante o tratamento, é muito importante que a mulher conte com uma rede de apoio fortalecida que seja capaz de lhe dar o suporte necessário para enfrentar essa condição arrasadora.
Existe alguma forma de prevenir a gravidez psicológica?
A gravidez psicológica não é necessariamente uma condição com a qual as mulheres devem se preocupar, uma vez que ela é rara. Entretanto, as suas causas devem sim ser diagnosticadas o quanto antes para evitar que o problema aconteça.
Nesse sentido, mais do que pensar na prevenção da gravidez psicológica, é necessário compreender a importância do cuidado com a saúde mental para evitar o surgimento dessas e outras condições psicológicas.
Isso significa que uma mulher que se sente pressionada a engravidar por si mesma ou pelo seu parceiro ou que já passou por traumas como abortos sucessivos ou abuso sexual, por exemplo, precisa iniciar urgentemente um cuidado com a sua saúde mental.
Aqui vale procurar uma ajuda psicológica o quanto antes para se preservar e impedir que condições mais sérias sejam desenvolvidas, como a própria gravidez psicológica e o transtorno depressivo, por exemplo. Portanto, ao menor sinal de incômodo emocional ou psicológico, procure ajuda!
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