Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Rosangela Silva Santos - Psicólogo CRP 06/155562
Muitas pessoas confundem pânico, medo e fobia, acreditando que são a mesma coisa.
Enquanto o medo é uma reação instintiva do ser humano quando este encontra-se em uma situação de perigo, é inegável que o transtorno do pânico e as fobias compartilham de sintomas semelhantes, incluindo medo intenso e sentimentos de ansiedade.
Ambas as condições podem envolver sintomas difíceis que podem impactar tremendamente nos nossos relacionamentos, carreira e outras responsabilidades e metas. Além disso, tanto as fobias quanto a síndrome do pânico podem ser classificadas como Transtornos de Ansiedade.
Sumário
- Introdução
- A Síndrome do Pânico
- O Medo
- As Fobias
- Tratamentos Indicados
- Como escolher o psicólogo mais indicado
1. Introdução
O medo é natural do ser humano, todo mundo tem ou teve medo de alguma coisa, um lugar ou uma pessoa em algum momento da vida, mas que, quando desproporcional, intenso e até irracional, pode se transformar em uma síndrome neurótica, que é o que os psicólogos chamam de fobia.
Muitos indivíduos sentiram medo de dormir sozinhos no quarto quando criança, da loira do banheiro na escola e do homem do saco quando brincavam na rua. Também sentiram medo no primeiro dia de aula e no primeiro dia no trabalho, sem contar que quando é necessário tomar uma decisão importante em suas vidas, o medo também se faz presente.
O medo muitas vezes protege as pessoas, isso é fato. Faz pensar com mais cuidado antes de tomar determinada atitude e, por isso, também pode impedir que tenhamos comportamentos mais arrojados e ousados em alguns casos.
O medo é, basicamente, quando nos sentimos ameaçados por algo ou alguém, que desperta tensão e receio de que aquele algo ou alguém possa nos ferir. O ferir citado pode se enquadrar em ferimentos físicos e/ou emocionais.
Você pode ter medo de uma barata, de uma aranha, ou medo de uma pessoa que acaba de entrar no ônibus e que lhe aparenta um ar desconfiado. Existem inúmeras formas de medo, e os psicólogos reforçam que é importante que você consiga entendê-las e decifrá-las.
Assim como o medo, diversas situações cotidianas podem nos causar ansiedade, como a entrevista para um novo emprego ou a proximidade da viagem tão esperada. É um estado emocional perfeitamente normal, até mesmo benéfico por nos manter alertas e eventualmente mais focados.
O problema é quando a ansiedade toma proporções exageradas e passa a afetar negativamente a vida do indivíduo – esse é o caso da Síndrome do Pânico.
Torna-se um problema quando este medo e essa ansiedade viram uma constante, e que podem prejudicar o indivíduo em sua rotina e dia-a-dia. Muitas vezes isto pode tomar uma grande proporção na vida do paciente, sem que ele se dê conta de tudo o que está acontecendo consigo mesmo – apenas sente que as coisas não estão “normais”.
O medo, tornando-se algo constante e diário, pode gerar uma crise de ansiedade ou uma crise de pânico, o que alavanca um problema de fato maior, e que precisa ser analisado com cautela e por um profissional especializado.
Entenda melhor os aspectos do Pânico, do Medo e da Fobia a seguir.
2. A Síndrome do Pânico
Ataques de pânico ou sintomas similares ao pânico como tremores, respiração acelerada e sudorese são sintomas típicos tanto de fobias quanto síndrome do pânico. No entanto, tais sintomas são desencadeados de forma diferente em cada condição específica.
Uma pessoa com fobia pode experimentar a sensação de pânico ao pensar ou ser exposto ao objeto do seu medo.
Por outro lado, a síndrome do pânico não é desencadeada por um medo em específico. As pessoas com síndrome do pânico têm ataques súbitos e inesperados, sem qualquer razão aparente. O episódio provoca uma série de reações físicas como taquicardia, falta de ar e sensação de morte e pode durar de 15 minutos até uma hora.
Apesar de possuírem sintomas semelhantes, não há relação entre fobia e pânico, ou seja, uma fobia não necessariamente leva à síndrome do pânico; da mesma forma que a síndrome do pânico não apresenta um medo específico como causador do ataque.
No entanto, não se deve descartar a probabilidade de um diagnóstico que inclua tanto a fobia quanto o transtorno de pânico.
O pânico é caracterizado pela ocorrência de crises de pânico recorrentes e repentinas que causam sensações de medo ou mal-estar intenso acompanhada de sintomas físicos e cognitivos.
Normalmente se iniciam sem causa aparente, de forma brusca, podendo as crises durarem entre 10 e 20 minutos ou, em alguns casos mais graves, até mais de uma hora. É uma condição que acomete frequentemente mais as mulheres e indivíduos entre acima de 60 anos.
Os momentos de pânico podem gerar o “medo de ter um novo ataque”, uma condição delicada que interfere no comportamento do indivíduo em relação ao trabalho, lazer, ambiente familiar e social, fazendo com que ele se isole e evite locais ou situações nas quais já ocorreu um ataque de pânico.
Embora seja um transtorno psiquiátrico, os sintomas podem ser físicos ou emocionais (comportamentais).
Fundamental é notar se três ou mais sintomas estão ocorrendo concomitantemente e com qual intensidade. Porém, os únicos profissionais que podem avaliar isso são os psicólogos e psiquiatras.
Sintomas Físicos
- Ansiedade extrema;
- Tremores;
- Náusea;
- Tontura;
- Suor intenso;
- Palpitação;
- Taquicardia (aceleração cardíaca);
- Falta de ar (ou sensação de não conseguir respirar);
- Fraqueza;
- Palidez;
- Mal-estar em geral.
Sintomas Emocionais e Comportamentais
- Sensação iminente de morte;
- Medo de perder o controle;
- Medo de ataque cardíaco, sem motivos para tal;
- Medo de vomitar em público ou de ter dor de barriga, mesmo que não tenha qualquer razão fisiológica;
- Evitar dirigir ou medo de enfrentar trânsito;
- Medo de lugares abertos ou fechados, de multidão, de sair desacompanhado;
- Sensação de estar “enlouquecendo”.
- Evitar lugares específicos como padaria e restaurantes, principalmente se já ocorreu algum ataque nesses locais;
- Entre outros.
Os pacientes com Síndrome do Pânico podem ter que seguir muitas visitas ao psicólogo até que se encontre uma causa para suas crises e sintomas. Toda crise é acompanhada de três ou mais sintomas acima e quem vai definir a gravidade deles é o psicólogo ou psiquiatra.
Assim, qualquer sintoma típico de ataques de pânico deve ser comunicado ao profissional de sua confiança o quanto antes. As crises não são facilmente controladas pela própria pessoa e, se não houver atenção profissional durante sua ocorrência, podem piorar.
Não custa reforçar que por se tratar de um transtorno neurológico, embora com sintomas físicos, o diagnóstico somente pode ser feito por um psicólogo ou psiquiatra.
A importância da ajuda do psicólogo está também em avaliar se há outros transtornos associados, tais como depressão, esquizofrenia, fobia social, TOC, dentre outros.
3. O Medo
O medo é um mecanismo automático e primitivo de sobrevivência presente em todos os seres humanos, ou seja, um instinto. A reação de medo ocorre sempre que detectamos algum perigo, ou quando confrontamos algo novo e desconhecido.
Os medos mais comuns são sentimentos similares a uma preocupação ou receio. No entanto, em alguns momentos, o medo surge como uma reação súbita a uma situação de perigo inesperada. Tal medo repentino é uma reação instintiva conhecida como “lutar ou fugir”, no qual o corpo prepara-se para tomar uma decisão imediata para sobreviver.
Embora seja normal e até útil experimentar o medo em situações perigosas, em casos de fobia, o medo e o perigo é exagerado ou imaginado.
Por exemplo, é natural temer um cão rosnando, mas é irracional se sentir aterrorizado com um filhotinho abanando o rabo. Ou seja, os medos tornam-se motivo de preocupação quando se tornam persistentes e interferem no seu cotidiano.
Quando um medo alcança tal nível de intensidade, este é identificado como fobia. Logo, para que determinado medo seja considerado uma fobia, este deve ser motivo de angústia extrema, ao ponto em que impede as rotinas e atividades normais do indivíduo.
A terapia para estes casos é importante para entender o que ocasiona este medo e quais os fatores primordiais que levam o paciente a sentir o medo, bem como seus comportamentos diante de uma situação que lhe causa desconforto.
O objetivo da terapia é sempre buscar o equilíbrio emocional do paciente, o psicólogo irá ajudá-lo a encarar situações desagradáveis de forma que não lhe trará consequências futuras.
Quando falamos em consequência estamos envolvendo uma questão psicológica e ambiental. Psicológica, pois, é através daí que os comportamentos surgem, e ambiental quando se trata de outras pessoas envolvidas nestas situações, ou seja, o meio em que o indivíduo está inserido.
4. As Fobias
Clinicamente, as fobias são classificadas como sendo um Transtorno de Ansiedade e podem ser definidas como um medo intenso e irracional e incessante de situações, objetos, atividades ou pessoas, cujo receio é altamente desproporcional em relação ao perigo real ou probabilidade de mal que este pode causar – por exemplo, o medo de palhaços, a Coulrofobia.
O medo associado a uma fobia vai além de uma simples aversão ou desconforto: A angústia causada pelo medo é tão intensa que o indivíduo faz o possível para evitar entrar em contato com o objeto de seu medo, e muitas vezes gastam uma enorme quantidade de tempo pensando se estão propensos a encontrá-lo em uma determinada situação.
Na verdade, se você tem uma fobia, provavelmente você já sabe que seu medo é irracional, porém é incapaz de controlá-lo.
Quando se trata de fobia, o indivíduo não consegue arriscar a experimentar o desconhecido, a ultrapassar a barreira do que acredita fazer mal e que deixa com medo.
A fobia pode existir em lugares muito grandes e com muita gente (agorafobia), porque dificilmente o indivíduo consegue escapar ou identificar pessoas conhecidas rapidamente, como quando está fora de casa, em um grande congestionamento ou em um Shopping Center em época de festas.
A fobia também pode ser em relação a objetos (seringa, faca, tesoura, etc.) e animais (barata, aranha, sapo, gato, etc.).
Comportamentos de fuga são comuns, já que o fóbico é determinado a ficar longe do seu medo específico. Quando forçado a enfrentar o objeto ou situação temida, o indivíduo experimenta um nível acentuado de sofrimento e ansiedade.
Os sintomas mais comuns incluem: ritmo cardíaco acelerado, tremores, sudorese, tremores, sensação de terror e uma urgência de se afastar do objeto da situação causadora do medo. De acordo com a DSM-V, as fobias são classificadas em três categorias:
Fobia específica – Envolvem o medo de uma situação ou objeto em particular. As fobias específicas mais comuns incluem: medo de altura, medo de avião, medo de elevadores, medo de agulhas, medo de dentistas, medo de água, medo de cobras, medo de aranhas, medo de cães.
Fobias sociais – Implicam um medo excessivo de ser envergonhado ou negativamente avaliado em uma situação social. Uma pessoa com uma fobia social vai evitar fazer atividades em público, como apresentar-se diante de outras pessoas, por exemplo.
Agorafobia – Envolve igualmente o medo de ser envergonhado, no entanto, a pessoa teme ter um ataque de pânico em um lugar ou situação da qual seria difícil escapar. O portador de agorafobia vai evitar dirigir, aglomerações e espaços abertos.
Técnicas mais frequentes no tratamento para fobias
Exposição ao que é temido – que poderá ser tanto imaginária quanto real, através de um processo por etapas definidas juntamente com o cliente;
Técnicas de relaxamento – apesar de não ser eficaz no tratamento, se utilizadas isoladamente, os exercícios de respiração, por exemplo, tendem a ajudar o paciente a se concentrar no aqui-agora e, assim, controlar os sintomas durante, ou até mesmo antes, dos episódios temidos;
Treino de habilidades sociais – que podem ocorrer na sessão através de ensaios comportamentais e/ou fora da sessão (tarefas de casa). O treino pode reduzir a ansiedade no confronto interpessoal nos casos de fobia social.
Contudo, entre técnicas e diálogos, o foco do psicólogo sempre será trazer o máximo de conforto, bem-estar e autoconhecimento ao paciente, para que ele consiga lidar de forma tranquila e saudável com situações que antes lhe causavam pavor, por meio da terapia.
5. Tratamentos Indicados
Tanto a Síndrome do Pânico quanto as condições de Medo e Fobia são condições complexas que só podem ser diagnosticadas por um profissional qualificado.
As opções de tratamento incluem psicoterapia realizada por psicólogo, medicamentos (sempre prescritos por um médico) e técnicas de relaxamento.
A psicoterapia pode ajudar o paciente de inúmeras maneiras, como o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento enquanto os medicamentos funcionam para reduzir os níveis de ansiedade. Já as técnicas de relaxamento, além de também reduzirem a intensidade do medo, ajudam na gestão do estresse cotidiano.
Durante uma crise o importante é tranquilizar o indivíduo informando que os seus sintomas são fruto de um ataque de ansiedade, sem risco de morte. Deve-se reforçar que a crise é passageira e comentar que pode ser realmente intensa, desagradável e causar mal-estar.
A respiração deve ser concentrada, feita pelo nariz, estimulando o indivíduo a colocar a atenção nela de modo que possa se tranquilizar rapidamente. Medicamentos somente devem ser tomados quando receitados por um psiquiatra.
A psicoterapia é fundamental para que as causas orgânicas sejam encontradas e trabalhadas dentro do contexto de vida do paciente.
Durante o tratamento, o paciente deve ser consciente de que o mesmo será mais efetivo diante de sua determinação em realizar as ações indicadas pelo psicólogo, bem como se comprometer a não o interromper ou prejudicá-lo com o uso de álcool ou drogas.
Tudo depende da forma como a terapia é encarada pelo paciente. Não é possível estipular um tempo exato, mas podemos ter como base a forma como as sessões podem ser proveitosas ao paciente, assim como todas as informações importantes que ele consegue absorver dentro da terapia.
6. Como escolher o psicólogo mais indicado
O terapeuta busca ser o mais claro em suas análises, para que o paciente se sinta seguro e confortável em conseguir encontrar a solução para o que está buscando. É importante a troca de confiança para que os resultados apareçam rápido e surtam efeitos positivos na vida do paciente.
O mais importante, em qualquer tipo de queixa, é que o paciente perceba que precisa de um auxílio.
Quando esta percepção se faz presente, todo o trabalho do terapeuta e os resultados da terapia tornam-se mais tranquilos e não são vistos necessariamente como um problema, mas como algo que pode ser revisto e melhorado de forma neutra e equilibrada!
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Autor: psicologa Rosangela Silva Santos - CRP 06/155562Formação: A psicóloga Rosangela Silva Santos realiza os seus atendimentos com base na abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental). Possui cursos de extensão em Terapia Cognitivo Comportamental aplicada na USP e também tem especialização pelo Albert Einstein