Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Giovanna Emily Farias Cantanhêde - Psicólogo CRP 06/186463

Os transtornos dissociativos são condições psicológicas que afetam a forma como uma pessoa acessa e organiza suas memórias, emoções, identidade e percepção do mundo.
Assim, muitas vezes, quem passa por isso relata sensação de desconexão de si mesmo ou da realidade, o que pode impactar seriamente a rotina e os relacionamentos.
Neste artigo, você vai descobrir como esses transtornos se manifestam, o que pode estar por trás deles e quais são as abordagens mais utilizadas para diagnóstico e tratamento.
O que são os transtornos dissociativos?
Os transtornos dissociativos são distúrbios psicológicos em que há uma desconexão ou interrupção entre diferentes aspectos da consciência, como a memória, a identidade, a percepção, as emoções e até o senso de realidade.
Essa fragmentação mental costuma surgir como uma resposta a situações traumáticas extremas. Dessa forma, ao dissociar, a mente tenta proteger o indivíduo da dor psíquica, criando uma espécie de afastamento entre a pessoa e a experiência traumática.
Esses transtornos são frequentemente mal compreendidos, o que pode dificultar o diagnóstico e o tratamento. No entanto, com acompanhamento profissional adequado, é possível reduzir os sintomas, promover maior integração psíquica e melhorar a qualidade de vida da pessoa afetada.
O que causa os transtornos dissociativos?
Os transtornos dissociativos geralmente têm origem em experiências traumáticas vividas durante a infância, especialmente quando envolvem abuso físico, sexual ou emocional, negligência grave, abandono ou situações de violência constante.
Assim, quando o cérebro é exposto a níveis extremos de estresse e dor emocional, ele pode utilizar a dissociação como uma forma de autoproteção, separando a consciência da realidade para evitar o sofrimento direto.
Além dos traumas precoces, outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento desses transtornos, como:
- Exposição a traumas na vida adulta, como acidentes graves, guerras, sequestros ou desastres naturais;
- Histórico familiar de transtornos mentais, que pode indicar uma vulnerabilidade genética ou ambiental;
- Ambiente doméstico instável, com ausência de apoio afetivo e validação emocional;
- Dificuldades emocionais não tratadas, como ansiedade intensa, depressão ou transtorno de estresse pós-traumático.
Embora o trauma seja o principal gatilho, nem todas as pessoas expostas a eventos traumáticos desenvolvem um transtorno dissociativo, pois isso depende de diversos fatores, como a idade em que o trauma ocorreu, a intensidade da experiência, entre outras coisas.
Quais são os principais tipos de transtornos dissociativos?
Os transtornos dissociativos são divididos em categorias clínicas com base nos sintomas predominantes e na forma como a dissociação afeta a vida da pessoa.
Embora todos envolvam algum grau de desconexão com a realidade, a gravidade e os sintomas variam bastante.
A seguir, veja os principais tipos reconhecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5):
1. Amnésia dissociativa
É caracterizada pela perda de memória significativa, geralmente relacionada a eventos traumáticos ou estressantes. Essa amnésia vai além do esquecimento comum: a pessoa pode não se lembrar de fatos importantes sobre si mesma, situações vividas ou pessoas próximas.
A memória pode retornar espontaneamente, mas há casos em que a lembrança nunca é recuperada.
Um subtipo é a fuga dissociativa, em que o indivíduo não só esquece partes da própria identidade, como também pode viajar para outro lugar, adotar um novo nome e construir uma nova vida temporariamente, sem ter consciência disso.
2. Transtorno dissociativo de identidade (TDI)
Anteriormente chamado de transtorno de personalidade múltipla, é o tipo mais complexo e dramático. Isso porque a pessoa manifesta duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, cada um com seu próprio padrão de percepções, comportamentos e modo de interagir com o ambiente.
Dessa forma, essas identidades podem ter nomes, idades, vocabulários, gostos e até memórias diferentes. É comum que as identidades surjam como uma forma de lidar com situações insuportáveis, dividindo a dor entre “partes” diferentes da mente.
Quem sofre com o TDI frequentemente apresenta lacunas de memória (apagões) ao alternar entre as identidades. Além disso, o transtorno está fortemente associado a traumas graves e repetitivos na infância, como abuso físico e sexual.
3. Transtorno de despersonalização/desrealização
Esse transtorno envolve episódios contínuos ou recorrentes de:
- Despersonalização: sensação de distanciamento do próprio corpo, emoções ou pensamentos. A pessoa pode se sentir como um espectador da própria vida, como se estivesse em um sonho ou filme.
- Desrealização: percepção de que o ambiente ao redor é estranho, irreal, sem vida ou distorcido. Objetos, pessoas e locais podem parecer “fora de lugar” ou artificiais.
Apesar dessas experiências serem angustiantes, quem vive com esse transtorno geralmente tem consciência de que algo está errado, ou seja, não perde o contato com a realidade, diferentemente do que ocorre em episódios psicóticos.
Por fim, além desses três principais, existem casos de transtorno dissociativo não especificado, quando os sintomas dissociativos são significativos, mas não se encaixam completamente em nenhuma das categorias anteriores.
Como saber se tenho um transtorno dissociativo?
Os transtornos dissociativos podem ser difíceis de identificar, pois seus sintomas se confundem com os de outros transtornos mentais. No entanto, alguns sinais específicos podem indicar a presença de dissociação frequente ou intensa.
Então, entre os sintomas mais comuns estão:
- Lapsos de memória sobre fatos pessoais, eventos ou períodos de tempo;
- Sensação de estar fora do próprio corpo (despersonalização);
- Percepção de que o mundo está irreal ou distorcido (desrealização);
- Identidade confusa ou sensação de “várias versões” de si mesmo;
- Mudanças de comportamento ou humor sem explicação aparente;
- Sensação de tempo perdido ou de não lembrar como chegou a um lugar;
- Dificuldade em se reconhecer ou se conectar com memórias do passado.
Caso esses sinais sejam identificados, é importante buscar ajuda profissional para uma avaliação adequada e um possível diagnóstico.
Como é realizado o diagnóstico de um transtorno dissociativo?
O diagnóstico de um transtorno dissociativo é feito por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, por meio de entrevistas clínicas detalhadas, análise do histórico de vida e avaliação dos sintomas apresentados.
Não existem exames laboratoriais específicos para detectar esse tipo de transtorno, por isso o processo depende muito da escuta qualificada e da observação clínica.
Dessa forma, durante a avaliação, o profissional irá investigar:
- Frequência e duração dos episódios dissociativos;
- Histórico de traumas;
- Sintomas relacionados à identidade, memória e percepção;
- Exclusão de outras condições médicas ou neurológicas.
Também podem ser aplicados questionários e escalas padronizadas, como o DES (Escala de Experiências Dissociativas), para mapear a gravidade dos sintomas.
É comum que o diagnóstico leve tempo, já que os sintomas dissociativos muitas vezes aparecem junto a outros transtornos, como depressão, ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático.
Por isso, é essencial procurar um profissional especializado, capaz de diferenciar e identificar corretamente o quadro dissociativo.
Quais são os principais tratamentos para essas condições?
O tratamento para transtornos dissociativos geralmente envolve terapia e, em alguns casos, medicação. As abordagens mais comuns incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Foca em identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento, além de ajudar a lidar com traumas passados.
- Terapia de Integração de Memórias: Ajuda o paciente a processar e integrar memórias traumáticas, reduzindo a dissociação.
- Terapia Psicodinâmica: Explora conflitos emocionais inconscientes, ajudando a integrar a personalidade.
- Medicação: Antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor podem ser usados para tratar sintomas relacionados, como depressão e ansiedade.
- Terapia EMDR: Auxilia no processamento de traumas por meio de movimentos oculares, reduzindo os sintomas dissociativos.
O tratamento é personalizado para cada paciente, visando reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida!
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