Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Amanda Mendes Martins da Costa - Psicólogo CRP 06/155761
Seja consanguínea ou não, a família é quase sempre composta pelas conexões mais importantes da vida das pessoas. São os pais, irmãos, avós e outros familiares que moldam as nossas primeiras opiniões sobre o mundo e estabelecem crenças e costumes os quais carregamos por toda a vida, além de fornecer conhecimento necessário para a nossa sobrevivência.
Dificilmente uma família vive livre de problemas, estresse e desentendimentos. É comum que diferentes gerações entrem em choque, independentemente do carinho nutrido entre elas, devido a visões de mundo praticamente opostas.
Além disso, os impasses no seio familiar tendem a envolver questões mais complexas do que se imagina, como ressentimento causado por acontecimentos do passado, traumas geracionais e tabus auto decretados anos atrás. Tocar nelas significa mexer nas relações familiares de um modo que pode ser desagradável, além de provocar mudanças as quais nem todos estão preparados para enfrentar.
O que é terapia para família?
Terapia para família, ou terapia familiar, é um tipo de terapia em grupo que envolve os membros de uma família. O principal objetivo é desenvolver o diálogo entre os familiares para que problemas sejam solucionados.
As demandas tratadas não são pessoais, mas, sim, dizem respeito à toda dinâmica familiar. Mesmo quando a família busca a terapia familiar por conta da dificuldade de lidar com um problema que, à primeira vista, parece ser específico de uma única pessoa, ele é abordado de modo mais amplo que na terapia individual.
Aliás, o diálogo não é o único fator trabalhado na tentativa de promover a boa convivência entre os familiares. A terapia para família também tem como foco o desenvolvimento da empatia, a promoção do autoconhecimento, o reconhecimento de padrões comportamentais negativos e a compreensão do papel de cada indivíduo no seio familiar.
É importante clarificar que todo tipo de configuração familiar pode buscar esse tipo de terapia, como pais e mães solo, avós e netos, casais homossexuais, entre outros.
Por que as famílias precisam de terapia?
Todas as pessoas teriam relações harmônicas com suas famílias em um mundo ideal. Quando uma situação desagradável ocorresse, o outro saberia o momento de pedir desculpas e tentaria remediar a situação. E nós também faríamos o mesmo.
Mas, a realidade é um pouco mais complicada do que isso! Como dito, a família é formada pelas conexões sociais mais importantes das nossas vidas. Elas podem ser tanto benéficas quanto causar uma diversidade de problemas cujas influências costumam ser muito sentidas na vida adulta.
Seja como for, a importância que a maneira como nos relacionamos com nossos familiares exerce em nossa vida é inegável.
A psicoterapia tem como um de seus objetivos melhorar a qualidade de vida dos indivíduos através da reflexão, autoconhecimento e modificação de padrões de pensamento e comportamento negativos. Ela abrange todas as áreas que causam algum tipo de impacto no bem-estar físico e emocional, como conflitos internos, relacionamentos afetivos, saúde mental, vida profissional e laços familiares.
Quando membros de uma família se deparam com problemas que, além de parecerem não possuir solução, causam estresse prolongado, podem recorrer à terapia familiar para elevar a qualidade de vida dos familiares como um todo.
Alguns problemas, por outro lado, não possuem uma causa específica, mas são o resultado de um ciclo tóxico que se iniciou com as gerações passadas, como expectativas elevadas ou imposição de papéis na estrutura da família. Quebrar esses ciclos requer paciência, tempo e disposição de todos os familiares.
A terapia para família ajuda a criar um ambiente harmônico onde todos podem se expressar livremente, crescer e se desenvolver, e confiar uns nos outros. As discussões, provocações e cobranças continuarão ocorrendo, no entanto, famílias terapeutizadas possuem mais capacidade para lidar com eles de maneira saudável.
Como são as sessões de terapia para família?
As sessões de terapia familiar podem ser conduzidas no consultório do psicólogo ou em um ambiente virtual. A terapia online pode ser uma opção para familiares que moram longe e precisam resolver problemas urgentes.
Assim como acontece nas sessões de terapia individual, o psicólogo faz questionamentos aos membros da família e promove reflexões sobre os problemas apresentados.
O profissional também pode definir um plano de ação, em conjunto com os familiares, para que mudanças positivas ocorram na dinâmica da família. São “deveres de casa” a serem apresentados nas sessões seguintes, sempre respeitando as limitações e o tempo de cada um.
Técnicas de mediação de conflitos, redução da ansiedade e favorecimento da empatia são implementadas durante as sessões. Assim, aos poucos, a família consegue fazer progresso e chegar mais perto do objetivo desejado.
O psicólogo pode sugerir que certos membros da família façam atendimento individual para que ele consiga encontrar mais informações para ajudar o caso. Ou, ainda, o profissional pode perceber a necessidade de dar atenção a uma demanda individual (e, portanto, de caráter íntimo) antes de dar procedimento às discussões em grupo.
É ideal que todos os membros da família estejam de acordo com a terapia familiar, embora saibamos que esse nem sempre é o caso.
Quando há relutância, pode ser difícil estabelecer conversas e tocar em certos assuntos. Um indivíduo pode, por exemplo, acreditar que falar sobre um tópico importante para outro familiar é desnecessário. Avanços ainda podem ser feitos nesses casos, mas costumam levar mais tempo.
Quando procurar a terapia familiar?
As famílias podem buscar a terapia familiar quando:
- Há dificuldade para conviver em harmonia: os membros da família se sentem “drenados” emocionalmente e procuram ficar o mais longe possível do ambiente familiar;
- A família não consegue se comunicar: é difícil ter conversas livres de indiretas, chantagens e cobranças. Em alguns casos, familiares podem se expressar com gritos e xingamentos;
- Membros da família expressam comportamentos atípicos: um ou mais membros da família sentem vontade de se isolar, não conseguem ser funcionais no cotidiano, tiram notas baixas com frequência ou têm problemas no trabalho;
- A família passou por uma experiência traumática: se a família teve uma experiência que a afetou de maneira negativa recentemente, como a morte de um ente querido, infidelidade, desastre natural, golpe ou divórcio, é normal que tenha dificuldade para retomar à vida cotidiana como antes;
- Há o abuso de substâncias: vícios estão entre os principais fatores que causam estresse no seio familiar. Enquanto o ente querido que batalha contra o vício não consegue levar uma vida tranquila, os demais acabam se desgastando emocional e fisicamente enquanto tentam ajudá-lo;
- Diferentes gerações não conseguem se entender: é comum que pessoas de gerações distintas tenham dificuldade (em variados graus) para compreender as convicções e valores uma das outras. Quando essa diferença é gritante e resulta em opressão ou imposição de estilos de vida indesejáveis, no entanto, é preciso confrontar esse problema;
- Dificuldade em lidar com a sexualidade: famílias que encontram dificuldade para lidar com a sexualidade de um dos membros, causando desconforto para todos, podem buscar a terapia para melhorar a convivência; e
- Há suspeita ou diagnóstico de distúrbios psíquicos: pessoas com suspeita ou que já receberam o diagnóstico de condições de saúde crônicas, como transtornos de personalidade, ansiedade generalizada (TAG) ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ou pontuais, como a depressão e a síndrome do pânico, costumam precisar de suporto familiar.
Como escolher um psicólogo para a terapia familiar?
Escolher um psicólogo para fazer terapia familiar costuma envolver necessidades diferentes de quando a terapia é individual porque muitas pessoas estão envolvidas.
Além das credenciais do profissional, familiares precisam escolher horários e dias compatíveis com as agendas de todos, bem como definir se o tratamento será de curta ou longa duração. Um ente querido pode não conseguir comparecer a muitas sessões por viajar muito, por exemplo.
Quando buscando por um psicólogo adequado para atender as demandas da sua família, você pode fazer os seguintes questionamentos:
- Onde você se formou e quais são as suas especializações?
- Você tem experiência com terapia familiar ou em grupo?
- Qual é a sua experiência em tratar o meu tipo de problema? Você pode mencionar que está buscando alguém que pode ajudá-lo com a separação, distúrbio alimentar em adolescentes ou luto, por exemplo.
- Como funciona a terapia para família?
- Qual é a sua abordagem psicológica?
- Quais são os tipos de pagamento aceitáveis?
- Você está disponível em caso de emergências?
Ao selecionar um profissional com base em suas respostas, você ainda pode ter problemas para se sentir confortável nas sessões. Neste caso, busque outro profissional. É essencial se sentir à vontade nas consultas para conseguir aproveitar todos os benefícios da terapia.
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