Ouça ou leia. Espero que você goste desse artigo Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo e os psicólogos online por videochamada. Autor: Amanda Mendes Martins da Costa - Psicólogo CRP 06/155761
Você tem o hábito de autocriticar? Muitas pessoas se beneficiam da avaliação do seu próprio comportamento enquanto outras utilizam a autocrítica de maneira destrutiva. Mas como saber quando ela já deixou de servir o seu propósito?
As pessoas geralmente não escolhem se criticar negativamente de propósito. Quando isso acontece, elas acreditam, de fato, merecer tais críticas e julgamentos. O considerado desagradável por outros é visto como uma verdade indiscutível por elas.
Psicólogos encorajam a autocrítica e autorreflexão. Esses artifícios ajudam a eliminar fatores negativos da vida das pessoas, estando esses relacionados às suas personalidades ou não. Porém, devem ser motivadas por objetos positivos. Caso contrário, podem abrir caminho para a depressão e outras condições psicológicas.
Neste post, você vai entender tudo sobre autocrítica e como utilizá-la a seu favor.
O que é autocrítica?
Autocrítica é o ato de reconhecer qualidades e defeitos, bem como de identificar erros e acertos cometidos em contextos sociais diversos. É fundamental reconhecer condutas e padrões de pensamento para eliminar elementos causadores de sofrimento.
Todos nós somos capazes de analisar nossos atos e suas respectivas consequências com racionalidade, mas às vezes essa análise é influenciada por emoções.
Quem sofreu muitos ataques à autoestima por conta de bullying, familiares rígidos ou relacionamento abusivo, por exemplo, costuma ter dificuldade de fazer uma autoavaliação neutra. Como a sua autopercepção não é positiva, esse indivíduo possui inclinação natural a enxergar os seus defeitos.
Para que a autocrítica sirva os seus propósitos adequadamente, é preciso ter maturidade emocional para não se deixar levar pelo pessimismo.
Quando a autocrítica é útil?
A autocrítica pode ter a sua utilidade. Ela nos ajuda a reavaliar condutas, hábitos, opiniões e crenças que já não são adequados para a nossa realidade.
Quando iniciamos um trabalho novo, por exemplo, podemos recorrer à autocrítica para analisar quais comportamentos são ou não compatíveis com o cargo à medida que nos acostumamos com a rotina profissional. Dessa forma, melhoramos a nossa performance e temos a oportunidade de desenvolver novas habilidades.
Outra ocasião é quando cometemos um erro. Para não repeti-lo, podemos refletir sobre o nosso comportamento e encontrar formas melhores de lidar com a mesma situação no futuro. Assim, a autocrítica cujo objetivo não é a perfeição é construtiva.
Ela promove o crescimento pessoal através do autoconhecimento e da reflexão. A capacidade de identificar defeitos e padrões comportamentais inapropriados para, então, modificá-los visando a felicidade pessoal é muito valiosa.
Todavia, quando a sua voz interna passa a focar somente em julgamentos altamente negativos, a autocrítica passa a ter o efeito contrário. Em vez de impulsionar o seu crescimento pessoal, ela o paralisa.
A análise de um erro pode facilmente se transformar em um ataque pessoal. A autocrítica negativa faz com que você se culpe ou se diminua por tê-lo cometido. Sendo assim, não há possibilidade de aprender com a situação.
A armadilha da autocrítica
A autocrítica negativa é paralisante porque nos coloca cara a cara com nossos supostos defeitos e falhas, mas não com o objetivo de melhorá-los.
A pessoa demasiadamente crítica utiliza os aspectos que considera impróprios da sua personalidade para justificar crenças autodestrutivas. Desse modo, passa a acreditar que não merece coisas boas por ainda não ser perfeita.
Por exemplo, ela pensa “Você não conseguiu aquela vaga de emprego porque é muito ineficiente” só que não procura se tornar a pessoa que acredita ser merecedora da determinada vaga. Prefere nutrir a crença de que é inadequada a cada novo erro, rejeição ou frustração – situações de vida extremamente comuns.
O excesso de autocrítica acaba promovendo a autossabotagem e a estagnação.
A sua voz interna adquire o posto de seu pior inimigo, reprovando cada atitude e escolha. Com o tempo, você se acostuma a ouvir unicamente essa voz. Elogios e reconhecimentos são dispensados como “cordialidade”, e dúvidas surgem quando você obtém sucesso em algo.
A elevada carga de negatividade eventualmente desencadeia doenças psicossomáticas, depressão, síndrome do pânico, ansiedade e condições associadas ao estresse.
Combater a voz negativa da autocrítica fica mais difícil com o passar do tempo. O costume faz a estranheza do hábito de se criticar desaparecer e, assim, as pessoas não conseguem enxergar a gravidade dos seus julgamentos pessoais severos.
Definindo qual voz interna escutar
Para não cair nessa armadilha, você precisa decidir qual voz interna deseja escutar: a autocrítica positiva ou negativa. O processo para distingui-las envolve uma característica básica da inteligência emocional chamada de autoconsciência.
Quando você adquire consciência dos seus hábitos, consegue fazer os movimentos de mudança necessários para modificá-los. “Do nada” você percebe que possui alguns costumes estranhos, os quais interferem em sua felicidade.
Além disso, a autoconsciência quebra o padrão irracional de comportamentos robóticos, reproduzidos devido ao comodismo ou ao apego ao piloto automático.
Se você não tem essa consciência, não consegue perceber quão danosa a autocrítica negativa realmente é. Você nem sequer a enxerga como algo negativo por estar demasiadamente acostumado a se criticar por qualquer coisa.
A partir do momento que você quebra esse hábito, pode escolher escutar somente a sua voz interna positiva. Afinal, faz sentido ficar se colocando para baixo numa frequência quase diária? O que, de fato, você espera alcançar com essas críticas injustas a si mesmo?
A autoconsciência permite que você analise a sua vida sem a ilusão do pessimismo, construído pelo excesso de autocrítica. Aos poucos, você passa a tomar decisões melhores e refletir sobre a sua personalidade visando somente o crescimento pessoal.
Para desenvolver a sua autoconsciência, você pode:
1. Definir quando a autocrítica é útil para você
Como visto, você pode se analisar para adaptar o seu comportamento à cultura de uma nova empresa ou melhorar habilidades para subir na carreira. Em ambos os contextos, as consequências são positivas e lhe ajudam a chegar mais perto de seus ideais.
Reflita consigo mesmo quando se autocriticar resulta em acontecimentos e feitos bons para você. Quando as críticas lhe ajudam a amadurecer e quando elas são inconvenientes?
Defina os melhores momentos para ouvir o seu crítico interno. Assim, você reduzirá a ocorrência de julgamentos desnecessários.
2. Escolher quais críticas escutar
Nem sempre as suas percepções sobre os acontecimentos, as pessoas e si mesmo estão corretas. Se você não possui uma autoestima elevada, é provável que as suas autoavaliações estejam recheadas de comentários pouco construtivos.
Para tirar essa dúvida, você pode perguntar a pessoas de confiança o que elas acham de você. Refletir sobre os elogios recebidos ao longo da vida também pode ajudá-lo a modificar a sua autoimagem.
Quando você escolhe ouvir somente autocríticas negativas, enfraquece a sua própria autoconfiança e humor. Já quando decide prestar atenção em sua voz interior que celebra conquistas e reconhece as suas qualidades, fortalece a sua autoestima. Consequentemente, tem relacionamentos mais sadios e sucesso no trabalho.
Então, sempre que a vontade de se autocriticar surgir se questione: “qual voz eu quero ouvir?”. Qual delas está de acordo com a realidade e qual se aproxima da autossabotagem?
3. Analisar os resultados de cada tipo de autocrítica
Se ainda tiver dificuldade para quebrar o hábito de se autocriticar negativamente, experimente analisar os resultados provocados por cada tipo de autocrítica. Para ter uma visão menos emocional durante esse exercício, escreva as consequências de cada maneira de pensar lado a lado para fins de comparação.
Essa dinâmica vai ajudá-lo a perceber como o modo como você se vê afeta a sua vida.
Por exemplo, pessoas que pensam que tudo o que fazem está errado tendem a ter mais experiências desagradáveis ou não aproveitar oportunidades. Já pessoas com autoestima elevada têm mais histórias bacanas para contar. Qual delas você quer ser?
4. Ter compaixão por si mesmo
Ter compaixão por você mesmo é fundamental para combater a autocrítica negativa.
Todas as pessoas estão trabalhando para se tornarem versões mais felizes de si mesmas, mesmo que às vezes não pareça. Elas erram e fracassam repetidamente. A diferença entre os que obtêm sucesso é a determinação em prosseguir apesar disso.
Reconheça que você também é uma pessoa imperfeita e pode aprender com as suas falhas para seguir adiante.
Muitas pessoas tentarão fazer você se sentir mal ao longo da sua vida. Infelizmente, não conseguimos prever quem quer o nosso bem incondicionalmente ou não até que algo nos alerte sobre a índole do próximo. Não se junte a essas pessoas!
Deixe de se atacar sem razão e ame-se por quem você é. Além de torná-lo mais feliz, o amor-próprio vai ajudá-lo a não se abalar com críticas alheias.
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